13/03/2020 - 10:12 - Esportes
Expulsões
O Gre-Nal 424 parecia totalmente controlado durante 85 minutos. Mas a fogueira do clássico precisou de uma faísca para incendiar de vez a noite de quinta-feira na Arena. O primeiro clássico da Libertadores foi do ineditismo ao sentimento de vergonha de ambas as partes, com direito a briga generalizada e oito expulsões.
Muito antes de jogadores trocarem socoe e pontapés, as diretorias de Grêmio e Inter se confraterinizaram em uma churrascaria de Porto Alegre para dar certo ar de pacificação ao Gre-Nal. O clássico estava pronto para ter um ambiente saudável e de futebol ofensivo.
De fato, foi o que se presenciou até os 40 minutos do segundo tempo. Tanto Grêmio quanto Inter tiveram chances de abrir o placar. Se alguém evitasse o 0 a 0 na Arena, não haveria injustiça. Porém...
"Não dá para entender o que houve. De repente, é uma faísca" (Marcelo Lomba, goleiro do Inter)
Bastou uma faísca para incendiar um clássico que parecia ser à prova de fogo. O cronômetro marcava 40 minutos do segundo tempo quando Jean Pyerre dominou a bola no meio e tocou para Pepê.
O atacante do Grêmio disparou pela direita de ataque, disputou no corpo com Moisés, caiu e ganhou a lateral. Mas sofreu contato do adversário por trás, no chão, se levantou e partiu para o bate-boca.
O que parecia ser uma discussão normal de jogo tornou-se uma sequência de cenas lamentáveis. Luciano apareceu para peitar Moisés, foi agarrado no pescoço e se enroscou com Edenilson, que defendia o colega. A partir daí, cada ação recebeu uma reação. E ninguém mais controlou o incêndio em vermelho e azul.
Não houve ausentes na confusão. Paulo Miranda deixou o banco de reservas e trocou socos com Moisés. Cuesta empurrou Caio Henrique, que caiu no gramado e partiu para cima do argentino. Praxedes ainda bateu boca com o lateral gremista. Bruno Fuchs e Jean Pyerre se prometeram.
Até mesmo os técnicos Renato Gaúcho e Eduardo Coudet invadiram o gramado para acalmar os ânimos. Contiveram, mas não impediram a confusão.
Ali perto, o árbitro Fernando Rapallini visualizou a selvageria descontrolada e, auxiliado pelos assistentes, expulsou um batalhão de gremistas e colorados: foram para a rua Luciano, Pepê, Caio Henrique e Paulo Miranda, do Grêmio, e Praxedes, Moisés, Cuesta e Edenilson, do Inter.
O primeiro Gre-Nal da história da Libertadores encerrava, visualmente, de forma melancólica. Eram sete jogadores de linha, mais os goleiros, para cada lado.
Globo
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