Curitibano alcança 204km/h de bicicleta e pede recorde mundial

04/02/2018 - 17:05 - Esportes

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Curitibano alcança 204km/h de bicicleta e pede recorde mundial

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Qual é a maior velocidade que você consegue pedalar? Na briga pelo título de recordista mundial de bicicleta a vácuo, Evandro Luiz Portela elevou o limite de até onde um ser humano é capaz de chegar em cima de duas rodas. O brasileiro atingiu a marca de 204km/h usando apenas a força das próprias pernas e em terreno plano. Um sonho perigoso que move gerações de ciclistas do mundo inteiro há mais de 60 anos.

- Fiz uma varredura. Tem o Fred Rompemberg, Guy Martin, Denise Muller e tantos outros, Alan Abbott, e eu sempre me espelhei nesses caras. Mas, eles fizeram o recorde de uma maneira mais fácil. Eles saíram agarrados num cabo de aço, estabilizaram a velocidade atrás de um carro melhor e concluíram a velocidade. O Fred Rompemberg deu 264 kmh, mas agarrado num cabo de aço, Guy Martin, Alan Abbott, a Denise Muller, que fez recentemente em 2016, fez assim agarrado num cabo de aço. Mas porque não fazer no pêlo? Com roupa de ciclista, capacete de ciclista. Eles fizeram com roupa de moto, capacete de moto. Se eles tão fazendo com roupa de moto, então por que de bicicleta? Se ele está de bicicleta, tem que fazer com roupa de ciclista e capacete de ciclista. Fui o único a fazer com roupa de ciclista, sair a partir do zero com uma bicicleta normal com apenas uma coroa de engrenagem e numa rodovia urbana – explicou o curitibano.

Em novembro de 2017, ele conseguiu apoio do governo paranaense e da Polícia Rodoviária Federal para fechar durante 20 minutos a BR-227, que liga Curitiba a São José dos Pinhais. Em seis minutos, ele percorreu 11km. Agora, Evandro espera a confirmação do feito por juízes internacionais para entrar no livro dos recordes e no seleto clube de recordistas mundiais de velocidade em cima de uma bicicleta. Mas ele não foi o único que sonhou com essa marca.

Tudo começou com o francês José Meifrett, que nos em 1962 já tentava alcançar grandes velocidades no pedal. Ele se agarrava atrás de um carro e assim teria alcançado 204 km/h em uma estrada alemã. Onze anos depois, o inglês Alain Abbott, puxado por um carro de corrida, atingiu 226 km/h no deserto de sal localizado em Utah, nos Estados Unidos. No mesmo local, o americano John Howard experimentou ser puxado por um dragster, um carro de arrancadas, e aumentou a marca para 245 km por hora, em 1985. Recorde que duraria dez anos até o holandês Fred Rompelberg cravar 268km/h atado a um carro ainda mais potente.

No anos 2000, outro francês, Eric Barone, o “Barão Vermelho" estabeleceu novos recordes de velocidade, dessa vez descendo grandes montanhas. Numa pista de neve da França, ele marcou 222 km/h. Depois de um grave acidente, tentando superar a própria marca, ele chegou aos 227 km/h em 2017, aos 56 anos.

Atualmente o recorde absoluto de velocidade em bicicletas pertence ao francês François Gissy, que alcançou a marca de 333 km/h com uma bicicleta de propulsão a jato. No caso do brasileiro, a preparação começou há dois anos. Primeiro ele alcançou 124 km/h atrás de um caminhão.

- Não indico ninguém fazer isso aí. Depois, na segunda tentativa, nós fomos até 145 km/h há um ano e meio atrás. E, há seis meses nós fizemos 184km/h. Quando nós chegamos na casa dos 180km/h pensei comigo: “Dá para chegar na casa dos 200 km/h fácil, só depende de mim e da natureza que é o vento”. Porque até 150km/h a gente tá tranquilo, tomando água, falando, solta a mão do guidão, mas passou de 160 km/h, eu tenho que brigar com a natureza. Sou eu contra o vento, porque o vento é intenso lá atrás, nem por rádio a gente escuta. Sou eu e o motorista gritando para ele aumentar a velocidade.

Tudo isso e a única alteração na bicicleta foi a engrenagem, de 13,5mm e um tensionador para a corrente não sair e causar um acidente.

- Foi feita essa engrenagem para chegar nessa velocidade, para não bater no chão e três dedos da roda dianteira também pra não ficar muito perigosos também. Essa bicicleta foi aumentada o peso, é uma bicicleta de alumínio justamente para não levantar voo. Ela chega a descolar do chão porque as estradas não são apropriadas para isso. Então, com essa alta velocidade, a roda traseira chega a sair fora do ar.

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