07/05/2021 - 14:07 - Esportes
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Quando ficou sem Gerson para o jogo contra a LDU, na última terça-feira, o técnico Rogério Ceni escolheu o jovem João Gomes para substituir um dos principais jogadores do Flamengo. A opção revelou-se acertada: o volante de 20 anos, criado nas divisões de base rubro-negras desde os oito anos, foi um dos destaques da partida e consolidou-se como uma alternativa sólida num elenco recheado de estrelas.
O perfil de João Gomes, um atleta que chegou criança, cresceu e se desenvolveu na base do Flamengo, é apenas uma das facetas do trabalho de formação do clube. Sem deixar de lado suas raízes no Rio de Janeiro, a captação rubro-negra se expandiu nos últimos anos, criou processos de observação e aumentou ainda mais o leque de candidatos a craques.
Se Gomes e Hugo Souza são exemplos clássicos da formação tradicional, no mesmo elenco que viajou ao Equador havia também símbolos desta captação nacional do Flamengo: o lateral-direito Matheuzinho, trazido do Londrina para o sub-20 em 2019, e o atacante Rodrigo Muniz, contratado ao Desportivo Brasil em 2018.
É o que o gerente de futebol da base do Flamengo, Luiz Carlos, chama de meia confecção. Uma forma de trazer jogadores na fase final de formação, através de parcerias com os clubes de origem.
- Entendemos que a gente consegue trabalhar de forma paralela tanto a captação mais ampla lá embaixo, abaixo do sub-15, com futsal, escolinhas, projetos menores, e a captação meia confeccção, com clubes que entendem que o Flamengo é uma baita vitrine. Matheuzinho e Muniz são exemplos no elenco profissional. Temos um alinhamento com o futebol profissional muito claro, entendendo que o principal objetivo da base é atender a nossa equipe principal - afirmou o dirigente.
Antes de ser efetivado na gerência geral no início do ano, Luiz Carlos era o coordenador do departamento de captação do Flamengo. O setor vem crescendo e ampliando seu alcance. O último exemplo foi a contratação do volante paraguaio Fabrizio Peralta, de 18 anos, que agradou aos observadores em campeonatos sul-americanos de base.
Peralta foi observado in loco no Sul-Americano sub-17, no Mundial sub-17 e na Libertadores sub-20. Ele simboliza o próximo passo que o Flamengo pretende dar: ampliar ainda mais sua rede de observação rumo a outros países da América do Sul. Antes dele, o clube trouxe o volante Richard Rios, que se destacara pela seleção colombiana de futsal.
A estratégia rubro-negra é conseguir bons jogadores do futebol sul-americano a custo baixo, apostando no potencial de revenda. Peralta, por exemplo, veio por empréstimo com opção de compra. O Flamengo entende que, com sua visibilidade, pode convencer clubes sul-americanos de que, em vez de uma venda direta para a Europa, é mais vantajoso ter um segundo passo na América do Sul, preservando um percentual na segunda venda.
- Só podem vir para o Brasil atletas a partir de 18 anos. Mas nós já fazemos acompanhamento com garotos de 14, 15 anos da América do Sul – exemplificou Vitor Zanelli, vice-presidente da base do Flamengo.
O olhar do Flamengo, porém, não está voltado apenas para outros países da América do Sul. Dentro do Brasil, o clube ampliou sua rede de observação. Hoje, são 10 observadores espalhados em cinco regiões definidas pela captação. Além disso, há uma parceria exclusiva com o Trieste, tradicional clube formador do Paraná, que abrange todo o Sul do Brasil.
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