O problema dos lixões nas cidades brasileiras é uma constante, dura e crua realidade, sobretudo para as famílias que sobrevivem deles. Pessoas que estão na vulnerabilidade social do Brasil.  Na cidade de Patos, no sertão da Paraíba, a 315 km da capital João Pessoa, não é diferente.

O lixão fica situado a 5 km do centro da cidade de Patos, o que potencializa os problemas que lá ocorrem, a exemplo de incêndios, que contaminam toda a cidade, bem como as doenças ocasionadas em decorrência dele, como a proliferação de doenças e de insetos. Em 26 de novembro de 2017, houve um incêndio de grande proporção, que durou várias semanas, ocasionando inúmeros problemas de saúde para os moradores e para o meio ambiente.

A equipe do Blog do Jordan Bezerra esteve no lixão, nesta manhã de quinta-feira (26), e presenciou os inúmeros problemas existentes na região. Verificamos a condição subumana na qual vivem os catadores de materiais recicláveis, de onde tiram boa parte do dinheiro que possuem para manutenção da família.

Um ambiente desolador, feio, triste e insalubre para quem visita por pouco tempo, onde é possível perceber as dificuldades desse lugar nada acolhedor. Imagine para quem “mora” nesse local, pois as famílias que trabalham lá passam em média 12h por dia inalado um odor péssimo e ainda dividindo espaço com urubus, garças e varejeiras, uma realidade cruel e desumana, mas infelizmente verdadeira, para cerca de 90 famílias. 

A sociedade, a imprensa e os poderes devem fazer algo urgentemente para resolver esse problema chamado lixão de Patos. Conhecer de perto essa problemática é importante para se compreender o sofrimento das pessoas e do meio ambiente. Esse choque de realidade é importante para sensibilizar aos que devem tomar providências emergenciais.

Em contato com a Secretaria de Meio Ambiente de Patos, a reportagem ouviu o secretário Natécio Alves de Lima, que afirmou que a prefeitura tem prestado assistência aos catadores, mas que eles trabalham de forma independente.  

A prefeitura, através da SEMADS e Secretaria de Ação Social realizou um cadastro de todos os catadores do lixão, e tem incentivado que eles possam associar-se a Associação de Catadores de Patos (ASCAP). Pois já existe uma parceria entre a prefeitura e a associação. Mas os catadores que vivem no lixão não querem fazer parte da associação.  Quanto aos EPIS, teríamos que ver uma forma para conseguir, pois eles não são funcionários da prefeitura; eles trabalham no lixão mas de forma autônoma. Estamos em processo de tramitação para a implantação do aterro sanitário, o que fará com que estes catadores passem a trabalhar apenas com coleta seletiva na cidade”, explicou o secretário.

Hoje podemos definir bem uma frase da música “Eu sou egoísta”, do poeta, cantor e compositor Raul Seixas, que diz: “E fica arretado se o açúcar demora”. Ou seja, reclamamos por nada, quando temos tudo, e outros não tem nada.

Lixão x Aeroporto

Além dos problemas já citados acima, outro impasse é a questão dos riscos que as aves oferecem aos futuros voos que estão sendo planejados. Algo pouco falado é que a problemática do lixão também dificultará o funcionamento do Aeroporto, devido a sua proximidade do lixão, com uma distância que mede cerda de 1 km.

Dois pleitos primordiais para Patos e região, que precisam ser efetivados urgentemente, o Aeroporto garantirá ainda mais desenvolvimento para a cidade. Já o Aterro Sanitário é questão de saúde pública, e servirá para assegurar boas condições de trabalho para os catadores de recicláveis, além de prevenir contaminações e infestação de insetos. O Blog do Jordan Bezerra irá acompanhar os próximos passos.