12/02/2025 - 21:07 - Gerais
Governo Federal impõe restrições e reduz drasticamente geração de energia solar no sertão da Paraíba
O Governo Federal impôs restrições para empresas que geram energia solar no Nordeste brasileiro. Com isso o setor de energia renovável enfrenta uma crise sem precedentes devido a exigências do sistema energético do governo Lula. O chamado 'curtailment', que tem o objetivo de limitar a produção de energia solar, sob a alegação de evitar sobrecargas na rede, reduziu drasticamente a produção do Complexo de Energia Solar de Santa Luzia, por exemplo.
Inaugurado há cerca de oito meses, o complexo está impedido de fornecer energia para outas regiões, como o Sudeste, por exemplo, que registrou vários dias de falta de energia com apagões nos últimos meses. Apesar da alta capacidade de gerar energia, o complexo teve o lamentável registro de 0 MWh e 32 MWH de produção nas últimas quarta e quinta-feira, respectivamente, decorrentes de restrições severas impostas pelas autoridades governamentais.
De 800, foi reduzido para 100 e ainda é possível manter a estrutura que inclui áreas arrendadas de proprietários rurais que, há quase um ano, devido ao volume do investimento, criaram expectativas otimistas de renda a longo prazo.
Para além do prejuízo com as imposições do Governo Federal, outros setores sofrem com o impacto como a cadeia de hotéis, por exemplo, que estavam recebendo os profissionais que trabalham na usina, comerciantes em geral que passaram a vender mais e outros aspectos que estão ligados ao comprometimento do funcionamento da empresa.
A realidade é amarga; afeta e impacta diretamente e inegavelmente as populações locais. Pequenos e médios empresários das regiões afetadas, que esperavam bons ventos de crescimento, sentem o peso das decisões centralizadas que desconsideram os efeitos locais e regionais.
“Nos tornamos reféns de uma máquina descontínua e imprevisível que opera sem considerar o futuro a longo prazo”, desabafa Edmond Fahrat, diretor-presidente da Rio Alto Energias Renováveis, empresa responsável pelo Complexo de Energia Solar de Santa Luzia.
“Já sabíamos a quantidade de energia que entraria no sistema, mas faltou planejamento para contemplar todos esses projetos. O que nós vemos hoje é um completo descaso com os investidores que acreditaram nas potencialidades energéticas do Brasil. A estabilidade prometida não passa de uma falácia. Esperávamos garantias; o que recebemos foram obstáculos”, afirma Edmundo Fahrat, diretor-presidente da Rio Alto Energias Renováveis.
O representante da empresa diz que a crise ameaça o futuro dos investimentos em energia renovável no Nordeste e também coloca em risco a confiança de investidores internacionais.
“Quem vai investir no país se você não tem a segurança da sua receita de amanhã? Limitar nossa produção é equivalente a esfriar o mercado com medidas que penalizam quem mais investiu. Estamos diante de um enigma que requer soluções, não mais palavras sem compromisso”, questionou o CEO, ressaltando que a insegurança regulatória e jurídica pode afastar novos investimento.
De acordo com o representante, já foram investidos bilhões em infraestrutura para energia limpa e sustentável. Ele ressalta ainda que a empresa Rio Alto destinou R$ 1 bilhão e 200 milhões para serem alocados na região, dos quais R$ 200 milhões foram implantados em estruturas para o futuro em novas usinas que poderão ser implementadas.
As restrições do governo, no entanto, põem em cheque todo esse projeto, que poderia trazer desenvolvimento para o sertão da Paraíba como também para todo o Nordeste brasileiro.
Blog do Jordan Bezerra | Política
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