O ambiente escolar, que deveria ser sinônimo de aprendizado e convivência saudável, ainda se transforma em cenário de dor para muitas crianças e adolescentes vítimas do bullying. A prática, que pode ser verbal, física, psicológica e até mesmo virtual, deixa marcas que acompanham os jovens muito além da sala de aula.

Em entrevista à Rádio Espinharas, a psicóloga Deise Dias lembrou que os efeitos não se restringem ao período escolar. Casos de ansiedade, depressão, baixa autoestima e dificuldades de relacionamento podem se arrastar até a vida adulta. “Muitos acreditam que se trata apenas de brincadeira, mas o bullying é algo sério, que pode acabar com a vida de alguém”, alertou.

A especialista chamou atenção também para o crescimento do cyberbullying, que amplia o alcance das agressões e agrava o sofrimento. Deise explicou que adolescentes com transtornos como TDAH e autismo tendem a ser ainda mais vulneráveis, enfrentando sentimentos de insegurança e desmotivação escolar.

As consequências, segundo ela, não se limitam à esfera emocional. Alterações no sono, falta de apetite, dores de cabeça e sintomas de estresse são alguns dos sinais físicos que podem surgir. Em situações extremas, há risco até de pensamentos suicidas.

Nesse contexto, o acompanhamento da família e a atenção da escola tornam-se indispensáveis. “Os pais precisam observar mudanças de comportamento, como isolamento, insônia, falta de apetite ou choro frequente. Esses sinais podem indicar que o adolescente está sofrendo bullying ou enfrentando outras dificuldades”, explicou.

Para Deise, oferecer acolhimento no lar e acompanhamento psicológico nas instituições de ensino é essencial para que a vítima se sinta apoiada e consiga superar as experiências traumáticas. “Combater o bullying é um dever de todos: famílias, escolas e sociedade. Só assim poderemos proteger nossas crianças e adolescentes”, concluiu.

Blog do Jordan Bezerra

com informações de Patos Online