Padre denunciado por intolerância religiosa em fala sobre Preta Gil não será indiciado, decide Polícia Civil da Paraíba

11/11/2025 - 22:47 - Gerais

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Padre denunciado por intolerância religiosa em fala sobre Preta Gil não será indiciado, decide Polícia Civil da Paraíba

 

O padre Danilo César, da Paróquia de São José, no município de Areial, Agreste da Paraíba, não será indiciado à Justiça após a conclusão do inquérito da Polícia Civil da Paraíba (PCPB) nesta segunda-feira (10). O religioso havia sido denunciado por intolerância religiosa em razão de comentários feitos durante uma missa sobre a cantora Preta Gil (in memoriam), em julho deste ano.

 

De acordo com a PCPB, após a oitiva de diversas testemunhas, a autoridade policial concluiu que a conduta do padre não se enquadra em nenhum tipo penal previsto em lei.

 

O caso ocorreu em 27 de julho, durante uma homilia transmitida ao vivo pelo canal da paróquia no YouTube. Na ocasião, o padre mencionou a morte de Preta Gil, que faleceu nos Estados Unidos, vítima de câncer colorretal, e associou a fé da artista em religiões de matriz afro-indígena ao sofrimento e à morte.

 

Durante a pregação, o religioso afirmou:

 

“Eu peço saúde, mas não alcanço saúde, é porque Deus sabe o que faz, ele sabe o que é melhor para você, que a morte é melhor para você. Como é o nome do pai de Preta Gil? Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê esses orixás que não ressuscitaram Preta Gil? Já enterraram?”

 

O vídeo da celebração foi retirado do ar após a ampla repercussão nas redes sociais e a repercussão nacional das declarações.

 

Em 1º de agosto, a associação responsável pelo boletim de ocorrência divulgou uma nova nota afirmando ser contrária a qualquer tipo de represália, anarquia ou violência contra o padre, destacando que o objetivo era apenas buscar respeito mútuo e a investigação das falas proferidas durante a missa.

 

Processo judicial e repercussão

 

Paralelamente, o cantor Gilberto Gil ingressou com um processo por danos morais contra o padre Danilo César e a Paróquia de Areial, pedindo indenização de R$ 370 mil. No processo, os advogados da família de Preta Gil sustentam que as falas do religioso configuram intolerância religiosa, racismo religioso, injúria e ultraje religioso, além de representarem uma conduta de alta reprovabilidade.

 

A ação também menciona que as declarações teriam sido “referendadas pela Diocese de Campina Grande”, à qual o padre é vinculado.

 

Com o encerramento do inquérito policial, o caso agora segue na esfera cível, onde tramita o processo movido por Gilberto Gil.

 

Polêmica Paraíba