Paraíba concentra 5 cidades que sustentam mais da metade da economia do estado; 11 municípios aparecem entre os menores PIBs do Brasil

29/12/2025 - 10:50 - Gerais

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Paraíba concentra 5 cidades que sustentam mais da metade da economia do estado; 11 municípios aparecem entre os menores PIBs do Brasil

Paraíba concentra 5 cidades que sustentam mais da metade da economia do estado; 11 municípios aparecem entre os menores PIBs do Brasil

Aniversário Patos PB

 

A economia paraibana tem um lado que chama atenção pelo peso que poucos municípios exercem no cenário estadual. Em 2023, cinco cidades sozinhas responderam por 53,4% de toda a riqueza produzida no estado, mesmo abrigando apenas 37,5% da população, segundo dados do IBGE. Esse recorte mostra que, na prática, a Paraíba é impulsionada por um núcleo econômico concentrado no Litoral e no Agreste, com participação crescente de polos regionais do Sertão.


No topo dessa lista está João Pessoa, que deu um salto relevante entre 2022 e 2023: saiu da 56ª para a 49ª posição entre os 100 maiores PIBs do Brasil, passando de R$ 24,7 bilhões para R$ 28,4 bilhões. O número colocou a capital como o 8º maior PIB do Nordeste, mas, entre as capitais da região, ainda aparece como a segunda menor economia, superando apenas Aracaju, com R$ 22,3 bilhões.


Logo atrás da capital, o protagonismo econômico se distribui assim:


  • Campina Grande: R$ 12,9 bilhões

  • Cabedelo: R$ 4,1 bilhões

  • Santa Rita: R$ 3,2 bilhões

  • Alhandra: R$ 3,1 bilhões

  • Patos: R$ 2,6 bilhões

  • Bayeux: R$ 1,9 bilhão

  • Cajazeiras: R$ 1,8 bilhão

  • Sousa: R$ 1,7 bilhão

  • Conde: R$ 1,6 bilhão

  • Guarabira: R$ 1,5 bilhão

  • Mamanguape: R$ 1,1 bilhão

 

A presença de Cabedelo e Alhandra entre os maiores reforça o impacto do setor portuário, industrial e de logística, enquanto Campina Grande mantém seu papel histórico como motor do Agreste, com uma economia diversificada em serviços, comércio, tecnologia e indústria. No Sertão, Patos, Sousa e Cajazeiras aparecem como referências regionais, sustentando cadeias produtivas locais e funcionando como centros de consumo e investimento fora do eixo litorâneo.


O contraste


Se o estado tem cidades que carregam cifras bilionárias, também há um contraste nos dados nacionais. Entre os 30 menores PIBs do Brasil em 2023, 11 municípios são paraibanos. O destaque vai para Areia de Baraúnas, no Sertão, com um PIB de R$ 27 milhões, o segundo menor do país. Outras três cidades também figuraram entre os 15 menores resultados brasileiros:


  • Parari: R$ 28 milhões (3º menor do Brasil)

  • Quixaba: R$ 30,6 milhões (6º)

  • Coxixola: R$ 30,9 milhões (7º)

 

Todas essas cidades registraram participação de apenas 0,03% no PIB estadual, o mesmo índice individual observado em 2022.


Completando o grupo dos 30 menores do país, ainda aparecem:


  • Curral Velho: R$ 33,8 milhões (11º)

  • Riacho de Santo Antônio: R$ 35,3 milhões (14º)

  • Zabelê: R$ 35,3 milhões (15º)

  • Passagem: R$ 35,4 milhões (16º)

  • São José do Brejo do Cruz: R$ 36,3 milhões (17º)

  • Amparo: R$ 37 milhões (19º)

  • Lastro: R$ 37,2 milhões (20º)

 

Apesar do recorte negativo no ranking nacional, o dado também reforça outra leitura: a Paraíba cresce de forma concentrada, com poucas cidades assumindo o papel de grandes locomotivas econômicas e sustentando boa parte do desempenho estadual ao longo dos últimos anos, inclusive no pós-pandemia.


Antes da pandemia e depois dela


Em 2019, um ano antes da Covid-19, os maiores municípios da Paraíba acumulavam 55,5% do PIB estadual. Essa participação recuou nos anos mais críticos da crise sanitária — 54,5% (2020) e 53,3% (2021) — e seguiu relativamente estável nos anos seguintes: 53,7% (2022) e 53,4% (2023), sinalizando uma acomodação da concentração econômica, mas sem reversão do quadro.


Entendendo o PIB


O Produto Interno Bruto (PIB) é o principal termômetro da economia. Ele mede o valor de tudo que uma região produz em um determinado período, somando os resultados de três grandes setores:


  • Agropecuária
  • Indústria
  • Serviços

 

O IBGE, órgão oficial responsável pelo cálculo no Brasil, utiliza dados próprios e informações de instituições como Banco Central, Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Receita Federal, aplicando três abordagens que, ao final, devem chegar ao mesmo resultado:


  • Oferta: soma de tudo que foi produzido

  • Demanda: soma de tudo que foi gasto (consumo, governo, investimentos e balança comercial)

  • Renda: soma das remunerações (salários, juros, aluguéis e lucros)

 

Em síntese: quando o PIB cresce, a economia está mais ativa; quando cai, há retração de consumo e investimentos.

 

 

 

Blog do Jordan Bezerra

Com informações de G1 PB