O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) deu início à Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária nesta segunda-feira (17). As mobilizações estão acontecendo em diversos estados do país, em ocupações às sedes do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Na Paraíba, o grupo deve se organizar para entregar as principais pautas para o órgão.

Neste mês de abril, o MST dá início à Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, ou também conhecido como “Abril Vermelho”. Os trabalhadores rurais e representantes do movimento relembram o Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, que aconteceu 27 anos atrás, quando 21 militantes foram assassinados por policias militares.

No Rio Grande do Sul, Ceará e Maranhão, por exemplo, os trabalhadores rurais ocuparam as sedes dos seus respectivos Incras. Em Alagoas, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso, os militantes devem realizar atividades em prol da causa do movimento, como distribuição gratuita de toneladas de alimentos e plantio de árvores.

Na Paraíba, o Abril Vermelho começou há semanas, com famílias sem terra marchando desde o final de semana de Mata Redonda, em Alhandra, à capital João Pessoa. A expectativa é de que, ainda nesta segunda-feira, no Dia Internacional da Luta Camponesa, o Incra da Paraíba aguarde uma posição do MST, com reivindicações para o órgão.

“O pessoal vem então somente entregar uma pauta de reivindicações. Basicamente uma visita. Não tem esse caráter de ocupação, de modo algum”, disse o superintendente do Incra PB Antônio Barbosa Filho.

“Vou recebê-los com toda tranquilidade, porque os trabalhadores do campo são a razão de ser do Incra. Se não fosse necessária a Reforma Agrária e dar assistência ao pessoal do campo, não haveria Incra. O Incra existe para servir o trabalhador”, completou o superintendente.

Leonardo Abrantes – MaisPB