18/04/2018 - 10:19 - Policial
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O caso é chocante. A prefeitura de Igaracy, no sertão da Paraíba, decidiu eutanasiar os cães de rua da cidade. Colocou os que conseguiu capturar em um caminhão e abateu todos eles em um galpão municipal.
Fez tudo à luz do dia. Há fotos dos animais em cima do caminhão. Depois, jogou os corpos em um aterro a céu aberto, destaca publicação da Jornalista Sílvia Corrêa, na Folha de São Paulo.
As ONGs gritaram, e o secretário da Saúde, um tal José Carlos Maia, conhecido como Zé Cobrinha, justificou a decisão com a seguinte pérola: “Não existe cachorro de rua saudável. Não podemos ficar com animais de rua e esperar que apareçam problemas de saúde na população. Foi uma medida drástica, mas é a que o município disponibiliza. Eu ia ficar com animais moribundos aonde?”.
A prefeitura diz que foram 31 cães. Os moradores falam em mais de 50. Não importa. Podia ter sido um.
Inacreditável? É ainda pior: há suspeita de que os cães tenham sido mortos de forma cruel e não com injeção de anestésico e de cloreto de potássio, como preconiza o Conselho Federal de Medicina Veterinária.
Não que haja uma boa forma de eutanasiar animais saudáveis, mas há, sem dúvida, formas inaceitáveis, como bem sabe o secretário, que se diz médico veterinário.
O inquérito e a perícia da Polícia Civil chegaram na quarta (11) às mãos do Ministério Público da Paraíba, que já conseguiu a exoneração do tal Zé Cobrinha.
Os promotores devem denunciá-lo à Justiça nesta segunda (16). Resta saber que estratégia jurídica eles encontrarão para combinar leis e artigos e impedir que um crime bárbaro como esse seja punido com ridículos seis meses a um ano de prisão, geralmente substituídos por serviços à comunidade. Porque algumas pessoas não servem para prestar serviços a ninguém.
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