O senador e vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB), durante entrevista nessa quinta-feira, 26, comentou as reformas previdenciária e trabalhista e ainda as privatizações, assuntos recorrentes no atual cenário político do país.

Ele começou falando sobre a reforma trabalhista e ressaltou que a ela não tira direitos dos trabalhadores, mas garante flexibilidades e autonomia.

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– A reforma trabalhista não tirou direito dos trabalhadores, se tivesse feito, eu não teria votado a favor, porque minha vida inteira eu fiz esse trabalho de defesa, inclusive ao agricultor, que hoje se aposenta recebendo um salário mínimo graças a uma ação minha na Constituição, com essa obrigatoriedade, e também implantando a redução da idade para aposentadoria desses trabalhadores. O que a reforma fez foi flexibilizar as relações de trabalho. Ela também não acaba com a contribuição sindical, como um ato facultativo ao trabalhador se quer contribuir de forma voluntária ou não com o sindicato. Não houve retirada de direitos, isso é uma mentira, houve uma flexibilidade para dar autonomia ao trabalhador sobre suas vidas – disse.

Com relação à reforma da Previdência, que ainda não foi votada no Congresso, Cássio disse que só será a favor se a mesma não mexer com os direitos dos aposentados e continuar com o benefício assistencial ao idoso e à pessoa com deficiência.

– O modelo ideal é uma Previdência igual para todos e é óbvio que tem de haver transição, mas respeitando direitos adquiridos e sem mexer nos que já estão aposentados. É preciso que todos sejam iguais diante da Previdência, pois os mais pobres terminam financiando os mais ricos.  Ela tem que ser discutida e evoluir para uma instância única, onde todos, seja político, advogado, médico e outros, tenham todos a mesma Previdência, pois não tem sentido eu ter uma aposentadoria privilegiada por ser senador. Tem que se igualar ao do trabalhador, ou seja, criar um sistema justo – contou.

Já com relação às privatizações, Cunha Lima ressaltou que a maioria das estatais deveriam ser privatizadas e deixar o dinheiro da União investido em saúde, educação, segurança pública.

– Durante décadas o PT resistiu a privatizações dos aeroportos, e o Brasil perdeu décadas em investimentos. As privatizações podem ser feitas em portos, aeroportos, ferrovias. A infraestrutura do país ainda precisa melhorar muito e se pode colocar ao capital privado, já que o governo não tem dinheiro. Na minha visão, o Estado deve cuidar do que é essencial e que não pode ser transferido para o privado, como saúde, educação, segurança, e o restante poderia transferir para o capital privado – comentou.

*As informações são da Rádio Campina FM