11/06/2025 - 09:36 - Política
Cássio descarta voltar à política, mas abre caminho para Cícero Lucena na oposição
A cena política paraibana ganhou novos contornos nessa terça-feira, 10 de junho, com uma declaração que movimentou os bastidores: o ex-senador Cássio Cunha Lima (PSD) admitiu, sem rodeios, que não se opõe a uma eventual candidatura do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), ao Governo do Estado pela oposição em 2026. A afirmação, feita durante entrevista à Rádio Arapuan FM, revela não apenas uma possível reconfiguração de alianças, mas também um gesto de aproximação no momento em que o prefeito começa a ser ventilado fora do núcleo governista.
A fala de Cássio vem logo após uma revelação de bastidores feita pelo jornalista Bruno Pereira, também do Sistema Arapuan, que apontou que Cícero estaria sendo preterido na chapa majoritária da base do governador João Azevêdo (PSB). Segundo o furo publicado na tarde dessa terça, a composição em discussão incluiria João como candidato ao Senado, Lucas Ribeiro (PP) concorrendo à reeleição para o governo, Adriano Galdino (Republicanos) como vice e Nabor Wanderley (Republicanos) ocupando a segunda vaga para o Senado.
Diante desse cenário, Cícero, que ainda não confirmou seu destino político, se vê, ao que tudo indica, em uma encruzilhada. E é justamente nesse contexto que a fala de Cássio adquire peso. “Não tenho veto a ninguém. Essa é uma discussão coletiva, não individual”, disse o ex-governador, destacando que o futuro do campo oposicionista deve ser decidido em conjunto com nomes como Pedro Cunha Lima, Ruy Carneiro, Efraim Filho e Veneziano Vital do Rêgo.
Embora tenha se distanciado das disputas eleitorais nos últimos anos, Cássio segue sendo uma voz ouvida com atenção nos bastidores. Sua sinalização, mesmo sem uma articulação formal, pode ser lida como um convite velado a Cícero para integrar o bloco que pretende disputar o Palácio da Redenção em 2026.
Mais do que uma fala protocolar, a entrevista trouxe também lembranças de uma trajetória política compartilhada. Cássio e Cícero estiveram do mesmo lado em momentos cruciais, como na vice-governadoria na gestão de Ronaldo Cunha Lima e na vitória dupla nas urnas em 2002, quando um foi eleito governador e o outro, senador. “Houve um desalinhamento político, não pessoal. Continuo tendo por ele respeito, carinho e admiração”, frisou Cássio, sinalizando que os caminhos podem, sim, voltar a se cruzar.
Nos bastidores, lideranças políticas e analistas já enxergam no gesto do ex-senador uma peça importante no tabuleiro que se desenha para os próximos dois anos. A sucessão estadual começa, aos poucos, a tomar forma, e os movimentos dessa terça indicam que nem todos os jogadores permanecerão nos mesmos lados do jogo.
Blog do Jordan Bezerra
Com informações de Fonte 83
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