O deputado estadual João Gonçalves (PSB) usou a reabertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa da Paraíba, nessa quarta-feira, 6 de agosto, para fazer uma análise crítica do cenário político que se desenha dentro do grupo governista. Segundo o parlamentar, a ausência de um direcionamento claro sobre a sucessão do governador João Azevêdo tem provocado um processo de divisão entre os aliados.

Para Gonçalves, o erro estratégico aconteceu ainda nas primeiras movimentações políticas, quando não foi estabelecido um critério ou liderança capaz de conduzir o processo de escolha. A consequência, segundo ele, foi o surgimento de várias pré-candidaturas dentro do mesmo campo político, o que enfraquece a coesão do grupo. “Na política da Paraíba, tudo é possível. É evidente que, como não foi criado um mecanismo no início das postulações, ficou certo que o governador tomaria a decisão, que ele resolveria a questão. Mas, como isso não aconteceu, cada um lançou seu nome: meu presidente Adriano colocou o dele, Cícero colocou o dele, Lucas colocou o dele… Não houve definição lá no nascedouro”, afirmou.

 


A leitura do deputado é de que o impasse atual não se trata de falha política, mas sim da ausência de decisões no momento certo. “Na política não existe falha. Existem decisões”, completou. Ele observa com preocupação o fato de nomes relevantes como o vice-governador Lucas Ribeiro, o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, estarem se colocando ao mesmo tempo como opções à sucessão, sem uma definição central.

 


João Gonçalves também sinalizou que o governador João Azevêdo deverá assumir o papel de liderança nesse processo, principalmente diante da possibilidade de disputar o Senado em 2026. A expectativa, segundo o parlamentar, é que o posicionamento do chefe do Executivo estadual sirva de norte para reorganizar as forças da base.

 


O pronunciamento do deputado ocorre em um momento de movimentação intensa nos bastidores da política paraibana. A pauta legislativa volta à ativa em um cenário marcado por incertezas e articulações de olho nas eleições que se aproximam. A condução dessa transição pode definir o futuro do projeto político iniciado por Azevêdo e o grau de unidade que a base levará para 2026.

Blog do Jordan Bezerra 

Com informações de Fonte 83