Enquanto as articulações pela formação das chapas majoritárias para 2026 dominam o debate político na Paraíba, um tema de grande relevância para o estado vem recebendo pouca atenção da mídia: a possível redução no número de deputados federais que representam a Paraíba em Brasília.

A questão tem origem no Projeto de Lei Complementar (PLP) 177/2023, de autoria do deputada Dani Cunha (União Brasil–RJ), que previa a redistribuição das cadeiras na Câmara Federal com base nos dados do Censo 2022. Pela proposta inicial, alguns estados ganhariam vagas e outros perderiam, mantendo o total em 513 deputados.

Segundo a redistribuição original, Santa Catarina teria acréscimo de quatro cadeiras; Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Norte, mais duas; e Ceará, Goiás, Minas Gerais e Paraná, mais uma. Por outro lado, Rio de Janeiro, Bahia, Piauí e Rio Grande do Sul perderiam duas vagas cada, enquanto Alagoas e Pernambuco perderiam uma.

Para evitar que alguns estados perdessem representação, o Congresso aprovou uma alternativa: aumentar o total de cadeiras de 513 para 531, de forma que apenas os estados com aumento de população ganhassem vagas, sem redução para os demais. A proposta seguiu para sanção presidencial, mas foi vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 17 de julho de 2025.

Caso o veto seja mantido, a Paraíba deve perder dois deputados federais e, proporcionalmente, seis cadeiras na Assembleia Legislativa, o que pode alterar profundamente o equilíbrio político local. A mudança também impactaria a disputa para a formação das chapas ao governo estadual, podendo abrir espaço, por exemplo, para deputados estaduais pleitearem vagas de vice ou disputarem cadeiras na Câmara Federal, acirrando a corrida eleitoral.

Na primeira votação no Senado, a proposta passou com margem mínima: 41 votos favoráveis, apenas um acima do necessário. Agora, a expectativa é pela análise do veto presidencial pelo Congresso, o que definirá o futuro da representação paraibana.

O Blog do Jordan Bezerra entrou em contato com a assessoria do deputado federal Hugo Motta, que informou que irá se posicionar posteriormente. O espaço segue aberto também para manifestação dos senadores Efraim Filho e Veneziano Vital do Rêgo.

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