25/11/2025 - 17:13 - Política
Walber Virgolino pressiona Hugo Motta e exige avanço na anistia: “A direita tem que ir para cima”
O deputado estadual Walber Virgolino (PL) voltou a elevar o tom no cenário político paraibano ao cobrar, nesta terça-feira, 25 de novembro, que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos–PB), assuma de vez o compromisso firmado com a direita e coloque em pauta a anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro. As declarações foram dadas após sessão na Assembleia Legislativa da Paraíba e reforçam o crescente clima de tensão entre nomes do bolsonarismo local e o comando da Câmara.
Segundo Virgolino, não se trata de uma disputa pessoal, mas de posicionamento político. Para ele, Motta tem adotado uma postura que tenta transitar entre os dois polos ideológicos, sem entregar o que prometeu.
“Como deputado federal, ele fez um bom trabalho. Mas, como presidente da Câmara, falta posicionamento. Está querendo agradar esquerda e direita. Ele disse que a anistia não era prioridade, mas isso foi compromisso de campanha com o PL e com os conservadores”, criticou.
O parlamentar disse ainda que já alertava, durante a disputa pela presidência da Câmara, que o PL deveria ter apoiado alguém mais alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Agora, afirma que sua avaliação “se confirmou”.
“Ele ganhou votos da direita prometendo a anistia. Só a anistia salva Bolsonaro e as pessoas presas no 8 de janeiro. Outro projeto não vai resolver”, afirmou.
Walber também dirigiu críticas à própria direita paraibana, alegando falta de coerência entre alguns aliados do bolsonarismo.
“Não adianta gravar vídeo contra Alexandre de Moraes e Lula e, aqui na Paraíba, aplaudir quem luta contra Bolsonaro. Defender Bolsonaro é defender a direita na Paraíba”, disparou.
Ele garantiu que continuará defendendo sua posição “incisivamente”, mesmo diante das reações internas.
As falas ocorrem um dia após o pré-candidato Nilvan Ferreira, também ligado ao bolsonarismo, divulgar vídeo responsabilizando Hugo Motta por possíveis consequências políticas e judiciais envolvendo Bolsonaro. Nilvan acusou as instituições de promoverem “opressão” e “enclausuramento” e cobrou que Motta avance com a votação da anistia.
Apesar da pressão crescente, aliados de Hugo Motta afirmam que ele pretende segurar a discussão sobre uma anistia mais ampla. Argumenta que o clima no Congresso está “conturbado” e que pautar o tema agora poderia “colocar lenha na fogueira”.
O relator da proposta, Paulinho da Força (Solidariedade–SP), defende tratar inicialmente apenas da dosimetria das penas, enquanto o PL já prepara destaque para inserir a anistia total — um movimento que promete acirrar ainda mais os ânimos no plenário.
A disputa evidencia fraturas dentro do bolsonarismo paraibano e aumenta a pressão sobre Hugo Motta, que tenta administrar o impasse sem comprometer sua liderança na Câmara.
Blog do Jordan Bezerra
Com informações de Fonte83
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