Nos corredores da Câmara dos Deputados, a crise política envolvendo Hugo Motta ganhou novos contornos nesta semana. O clima ficou mais pesado após o ex-presidente da Casa, Arthur Lira, relatar a aliados sua frustração com o desempenho do parlamentar paraibano no comando da instituição. Segundo interlocutores próximos ao alagoano, a condução recente de episódios sensíveis teria provocado um desgaste considerado difícil de reverter.


O estopim para a avaliação negativa ocorreu depois da reviravolta no processo disciplinar contra o deputado Glauber Braga. A decisão que evitou sua cassação e a transformou em suspensão, articulada com apoio do governo federal, foi recebida por Lira como sinal de perda de autoridade da atual gestão. Ele teria afirmado a pessoas do seu círculo que, em sua época na Presidência, o desfecho seria amplamente favorável à cassação.


Além desse episódio, outras ações recentes de Hugo Motta aumentaram o desconforto interno. A retirada de profissionais da imprensa por determinação da Polícia Legislativa e a tentativa de avançar com o projeto que trata da dosimetria de penas sem acordo consolidado entre os principais líderes partidários foram vistas como movimentos que isolaram ainda mais o presidente da Câmara.


A avaliação transmitida por Lira a aliados é de que Motta não conseguiu construir a liderança necessária para administrar crises e articular pautas de alta sensibilidade política. Segundo esses relatos, a percepção de fragilidade na condução da Casa já estaria disseminada entre diferentes blocos parlamentares.


Até o momento, nem Arthur Lira nem Hugo Motta se pronunciaram sobre o assunto.

Blog do Jordan Bezerra 

Com informações de CNN