Meteorologista fala ao Blog sobre ocorrência do fenômeno climático La Niña e suas influências, sobretudo no Nordeste brasileiro; ouça

12/01/2025 - 21:43 - Gerais

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Meteorologista fala ao Blog sobre ocorrência do fenômeno climático La Niña e suas influências, sobretudo no Nordeste brasileiro; ouça

 

A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) anunciou oficialmente nesta quinta-feira (9) a formação do fenômeno climático La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas na região Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Este fenômeno ocorre quando a temperatura do oceano apresenta uma redução igual ou superior a 0,5°C e costuma se repetir em ciclos de 3 a 5 anos.

 

De acordo com a NOAA, há 59% de probabilidade de o La Niña persistir até o período entre fevereiro e abril de 2025. Seus efeitos no Brasil incluem aumento das chuvas nas regiões Norte e Nordeste, irregularidade hídrica no Centro-Sul e tendência de tempo seco no Sul, além de maior variação térmica devido à entrada de massas de ar frio.

 

O físico e meteorologista Rodrigo César Limeira destacou, em entrevista ao Blog do Jordan Bezerra neste domingo (12), que o La Niña, embora configurado com intensidade fraca, tende a aumentar a instabilidade atmosférica no semiárido nordestino.

 

Ele também explicou que o fortalecimento dos alísios e a maior transferência de umidade do Atlântico Sul para o Nordeste podem beneficiar estados como Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Segundo o especialista, fenômenos como vórtices de altos níveis e zonas de convergência do Atlântico Sul terão papel importante nas chuvas previstas para o início do ano.

 

Embora as chuvas de janeiro estejam associadas a esses sistemas meteorológicos, o meteorologista alertou que a continuidade das precipitações depende de fatores como o comportamento das águas do Atlântico Sul, que ainda apresentam temperaturas mais baixas.

 

"Embora o Atlântico Sul ainda esteja relativamente frio na altura do Nordeste nesta época do ano, as chuvas observadas em janeiro, bem como as previstas para fevereiro e parte de março, estarão majoritariamente associadas à atuação de vórtices de altos níveis e zonas de convergência do Atlântico Sul. Com a influência do La Niña, mesmo que de intensidade fraca, essas zonas de convergência podem se deslocar para posições mais ao norte, beneficiando regiões como o semiárido da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Esse cenário é especialmente relevante para essas áreas, que poderão receber volumes significativos de umidade provenientes desses sistemas meteorológicos, que também costumam atuar no interior da Bahia", destacou ao Blog.

 

Com as condições do La Niña configuradas, o cenário é promissor para o semiárido nordestino, especialmente durante a quadra chuvosa, entre fevereiro e maio. A expectativa é que a região receba um volume de chuvas acima da média, proporcionando alívio hídrico para áreas historicamente afetadas pela seca.

 

Blog do Jordan Bezerra 


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