Câmara de Patos rejeita pedido de retratação por fala discriminatória contra crianças autistas

23/07/2025 - 23:21 - Gerais

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Câmara de Patos rejeita pedido de retratação por fala discriminatória contra crianças autistas

 

Nem mesmo diante de um caso de preconceito escancarado contra crianças com autismo a maioria dos vereadores de Patos demonstrou sensibilidade ou compromisso com a inclusão.

 

Durante a sessão da Câmara Municipal, foi rejeitado o requerimento que solicitava uma retratação pública do Assessor de Comunicação da Secretaria de Educação, após declarações consideradas discriminatórias contra crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

 

Dos 15 vereadores presentes, 14 votaram contra o pedido de retratação. Apenas o autor do requerimento defendeu a medida – mesmo com a mobilização de famílias atípicas e profissionais da educação inclusiva.

 

O que causou ainda mais indignação foi o comportamento contraditório de cinco vereadores: Ítalo, Décio Motos, Jonatas, Rafael e Maikon Minervino. Apesar de se pronunciarem em plenário condenando as declarações do servidor, votaram contra o pedido de retratação. A incoerência chocou quem esperava, ao menos, uma demonstração mínima de respeito à causa da inclusão.

 

O requerimento não pedia punição, exoneração ou qualquer medida radical. Apenas um gesto institucional de respeito: uma retratação pública reconhecendo o erro e reafirmando o compromisso da gestão com a diversidade e os direitos das pessoas com deficiência.

 

“Requer retratação pública por parte do Assessor de Comunicação da Secretaria Municipal de Educação de Patos, em razão de declarações discriminatórias contra crianças autistas.” — dizia a ementa.

 

A decisão da Câmara gerou forte reação. Famílias de crianças com autismo, ativistas e defensores dos direitos das pessoas com deficiência consideraram o resultado um retrocesso doloroso.

 

“Quando um servidor público comete um ato de discriminação, o mínimo que se espera da gestão é um pedido de desculpas. A negação disso é dolorosa e revoltante”, desabafou uma representante de mães atípicas presente na sessão.

 

A inclusão não se concretiza apenas em discursos ou campanhas. Ela exige atitudes firmes, empatia real e responsabilidade pública. E, infelizmente, a votação desta semana mostrou que, para a maioria dos parlamentares de Patos, o respeito às pessoas com autismo ainda é negociável.

 

Assessoria