O Bate Papo com Jordan Bezerra desta quarta-feira, 5 de novembro, recebeu a economista, consultora e professora Roberta Trindade, que compartilhou sua trajetória pessoal e profissional, além de abordar temas atuais da economia nacional e internacional.

Roberta começou falando sobre suas origens. Filha de Virgílio Trindade e Maria José, casada com Genário, que recentemente fez sua páscoa, mãe de duas filhas e avó. Ela destacou a influência marcante do pai, que deixou um legado que permanece vivo. Segundo ela, quem constrói legado não morre. Roberta afirmou que muito do seu amor pela docência e pela economia vem da figura paterna, que também foi professor e uma referência de ética profissional e humana.

Ao comentar temas da economia internacional, Roberta analisou o impacto das recentes tarifas que afetaram o Brasil, destacando que houve prejuízos, mas que o diálogo realizado entre os presidentes Donald Trump e Lula gerou expectativas positivas. Ela afirmou que, apesar de não haver diretrizes definidas inicialmente, negociações comerciais demandam tempo, pois cada país busca defender seus interesses até alcançar um ponto de equilíbrio.

A economista ressaltou que o Brasil permanece como um país respeitado no mercado global, com relevância estratégica, e que, em um mundo globalizado, as nações dependem de relações econômicas bem estruturadas.

Quando questionada sobre o atual cenário econômico interno, Roberta avaliou que o Brasil enfrenta dificuldades, especialmente pela escolha de um nome político para o Ministério da Fazenda, quando poderia ter sido selecionado um perfil mais técnico. Ela apontou que metas, diretrizes e ações de controle de inflação e crescimento não foram executadas da forma mais eficaz. Mesmo assim, afirmou que o país não está em colapso, mas precisa de ajustes mais firmes.

Roberta também destacou a necessidade de investimento no setor industrial, fundamental para geração de emprego e renda. Segundo ela, o Brasil possui forte produção no setor primário e secundário, mas ainda precisa avançar significativamente na industrialização para crescer de forma sustentável.

Ao abordar a Petrobras e o preço dos combustíveis, explicou que, embora o Brasil seja autossuficiente em petróleo, grande parte do refino ainda é feita fora do país, o que eleva custos. Além disso, citou a existência de mecanismos de mercado que influenciam os valores, defendendo maior firmeza do governo e ampliação da capacidade de refinarias para baratear o combustível internamente.

Sobre os 30 anos do Plano Real, Roberta avaliou que o plano alcançou bons resultados no início, estabilizando a economia, mas que faltou continuidade nas políticas complementares ao longo dos anos. Para ela, o país perdeu parte do poder de compra devido ao desequilíbrio entre investimento social e reajuste salarial, já que hoje o salário mínimo não acompanha o custo de vida, que, segundo ela, deveria estar entre seis e sete mil reais para suprir necessidades básicas.

A economista também falou sobre inadimplência, afirmando que muitas pessoas perdem o controle do orçamento doméstico. Ela recomendou práticas simples, como registrar gastos, priorizar despesas essenciais, cortar excessos e, se possível, formar uma reserva para emergências e até pensar em investimentos ou lazer planejado.

Ao final da entrevista, Roberta agradeceu o espaço e reforçou a importância de as pessoas entenderem a economia, pois ela influencia diretamente a vida cotidiana. Disse ainda que está sempre disponível para contribuir com informações que ajudem a população a tomar decisões mais conscientes.

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