Mais de 4 milhões de estudantes de todo o Brasil participaram, neste domingo, da primeira etapa do ENEM 2025, aplicada em 1.800 municípios. As provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e Redação desafiaram os candidatos com questões contextualizadas e uma proposta de texto dissertativo-argumentativo que trouxe à tona uma reflexão urgente: “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira”.


Para a professora de redação Klítia Cimene, o tema deste ano reforça a função social do exame e exige dos estudantes uma leitura sensível e crítica da realidade.

“O aluno é desafiado a construir uma tese a partir de uma problemática social atual e brasileira. E a partir dessa tese, a defesa dos seus argumentos”, explicou.

Klítia destacou ainda que o ENEM 2025 exigiu autenticidade e autoria nas redações.

 

“O ENEM vai observar minuciosamente a construção argumentativa da defesa dessa tese. Muitos estudantes estavam utilizando os chamados repertórios de bolso, meras reproduções de textos prontos”, observou.

 

A proposta de redação trouxe cinco textos motivadores com diferentes gêneros e abordagens sobre o envelhecimento, apresentando dados e reflexões sobre o preconceito, a marginalização e a invisibilidade social dos idosos no Brasil. Segundo o IBGE, eles representam 10,9% da população brasileira.

 

“A proposta sugeriu a quebra do estereótipo de obsolescência construído historicamente na sociedade brasileira, e uma nova perspectiva de autonomia e participação do idoso”, pontuou Klítia.

A professora também chamou atenção para um dado revelador: o crescimento expressivo de idosos participando do exame.

“De 2022 para cá houve um crescimento de mais de 190% de inscritos com 60 anos ou mais. Este ano foram mais de 17 mil inscritos nessa faixa etária, o que ratifica uma das discussões propostas na coletânea do ENEM”, disse.

 

Para ela, o ENEM cumpre não apenas o papel de avaliar as competências e habilidades dos estudantes, mas também o de fomentar discussões sociais relevantes.

“O ENEM vai para além dessa aferição. Ele traz para a sociedade brasileira discussões que muitas vezes são invisibilizadas, que estão dentro dos nossos contextos familiares, educacionais e institucionais”, afirmou.

Klítia concluiu destacando o empenho dos alunos da Escola Monsenhor Manuel Vieira e de sua assessoria de redação, que já haviam discutido o tema em sala.

“Trabalhamos esse tema não somente com perspectiva para a prova, mas sobretudo para ventilar e visibilizar a importância de pessoas que contribuíram e que contribuem para o crescimento do Brasil”, finalizou.

 

 

Blog do Jordan Bezerra