17/11/2025 - 16:57 - Gerais
Após mortes em corridas de rua em João Pessoa, cardiologista diz que o problema não é esporte e alerta para doenças silenciosas - VEJA
Somente neste ano, foram registrados três casos de morte súbita durante eventos esportivos. Em abril, uma idosa, identificada como Maria Lopes Ribeiro, de 76 anos, morreu durante uma prova de corrida de rua, em João Pessoa. De acordo com a organização do evento, a mulher estava inscrita no percurso de 5 quilômetros da meia maratona e passou mal na altura do quilômetro dois.
Os dois casos mais recentes ocorreram neste mês de novembro. Um deles foi o do atleta Ronny Marques Vieira da Fonseca, de 33 anos, que morreu enquanto participava de uma etapa do ‘Triatlo Ôxe’, realizada na Orla da capital. Ele havia concluído o trecho de natação e se preparava para iniciar o percurso de ciclismo quando sofreu um mal súbito e morreu.
Já no último domingo (16/11), o corredor José da Silva Nogueira Neto também sofreu um mal súbito após participar de uma corrida de rua. O homem tinha um estilo de vida saudável e fazia atividades físicas regularmente. Segundo os organizadores da corrida, ele recebeu atendimento imediato das equipes médicas no local, que iniciaram os protocolos de emergência e realizaram todos os procedimentos cabíveis por cerca de uma hora, mas a vítima não resistiu.
Por meio das redes sociais, o cardiologista André Telis comentou sobre o último caso de morte súbita registrado neste domingo. Esse tipo de morte acontece de forma inesperada e, na maioria das vezes, é causado por arritmias cardíacas graves. Isto é, por alterações no ritmo do coração que impedem o órgão de bombear sangue corretamente.
Causas e prevenção da morte súbitaMas como explicar que pessoas sem nenhuma doença aparente, com experiência e preparo físico para a prática esportiva, podem sofrer uma parada cardíaca repentina? Segundo o médico: “É importante entender que, embora seja rara, a morte súbita pode acontecer em pessoas com doenças cardíacas já conhecidas, como insuficiência cardíaca, cardiopatias químicas ou miocardiopatias.”
Ele ressalta que “pode acontecer em jovens aparentemente saudáveis, que têm doenças genéticas silenciosas e que não foram diagnosticadas.”
O cardiologista destaca ainda que para começar uma atividade física é essencial realizar uma avaliação cardiológica completa. “Um check-up que vá além do eletrocardiograma, incluindo exame físico, histórico familiar detalhado, ecocardiograma, teste ergométrico e, quando necessário, exames mais modernos.”
Para ele, casos como os registrados em 2025 servem de alerta para a importância de investigar doenças silenciosas. “A atividade física é fundamental para a saúde, isso todo mundo sabe, mas precisa ser feita com segurança e acompanhamento. Em muitos casos, a parada cardíaca pode ser evitada com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado.”
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