A jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, que foi baleada na cabeça com um tiro de fuzil por Policiais Rodoviários Federaus, na noite do dia 24 de dezembro de 2023, na Rodovia Whasington Luiz (BR-040), despertou depois de vários dias em coma e já consegue falar com seus familiares. A recuperação da jovem surpreende, pela gravidade do ferimento. Segundo o grupo médico que está aos seus cuidados, a jovem está lúcida e já consegue conversar. 

Na tarde dessa quinta-feira, dia 2 de janeiro, Juliana recebeu familiares no quarto onde está internada e falou com eles. Os pais de Juliana, Dayse Leite e Alexandre Rangel, vibraram com a melhora no estado de saúde da filha, internada no CTI do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Caxias, na Baixada Fluminense.

“Ela está mexendo e respondendo. Eu falei para ela: ‘Juju, a gente te ama’. Na hora, ela respondeu: ‘eu também’, mas só mexendo os lábios, sem sair voz, por conta da traqueostomia”, disse a mãe, Dayse Leite. Ainda segundo ela, a melhora no quadro da filha é um presente que a família quer para 2025: “Um milagre”. Um alívio e uma resposta às nossas orações. Deus é fiel. Era para todo mundo ter morrido. Eu quero Justiça por ela”, disse Dayse, que também estava no carro da família no momento do ataque a tiros.

Juliana foi atingida na cabeça. O projétil perfurou a traseira do veículo, modelo Fiat Siena. No carro, estavam ela, a mãe, o pai, o irmão, de 17 anos, e a namorada dele.

“Ela não teve perda de massa encefálica, graças a Deus. Foi por um centímetro que não atingiu o cérebro dela. Ainda assim, os médicos não sabem se ela vai ter sequelas. Uns brinquedos que ela levaria para os sobrinhos ficaram destruídos. Tudo furado de tiro. O edredom que ela usaria para dormir também”, disse a mãe.

De acordo com Alexandre, pai de Juliana, a situação toda só não foi pior porque o cilindro de GNV do carro e outros pertences da família que estavam no porta-malas reduziram o impacto dos disparos. 

“Eu fiquei sem conseguir comer esses dias todos. Estava com um nó na garganta e nervoso. Agora estamos mais tranquilos. Sabemos que ela vai sair dessa. Nosso Deus é grande. Eu oro o Salmo 91 todo dia. Só nesse dia que não orei, mas Deus ainda deu o livramento. Era para todo mundo estar morto mesmo”, comentou o pai da jovem.

Agentes afastados

A Corregedoria da Polícia Rodoviária Federal afastou todos os agentes que estavam na viatura que efetuou a abordagem. Os três agentes foram deslocados do serviço interno para o plantão, no dia do caso, véspera de Natal, mas foram afastados no dia seguinte.

Os policiais alegaram que ouviram tiros vindos do carro da família. Como a alegação não se confirmou, eles reconheceram que confundiram o veículo e que, por descuido, atiraram contra o veículo errado.

Blog do Jordan Bezerra | Policial