A deputada estadual Cida Ramos anunciou sua pré-candidatura à presidência estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) na Paraíba. Durante entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta quarta-feira (29), ela destacou que sua postulação está diretamente ligada ao fortalecimento do partido para a reeleição do presidente Lula em 2026. A parlamentar fez duras críticas a integrantes da base governista que, segundo ela, usufruem dos benefícios da gestão petista, mas evitam associar suas ações ao presidente.

Ao analisar o cenário político nacional, Cida Ramos afirmou que o governo Lula enfrenta desafios constantes devido à configuração do Congresso. “Elegemos Lula e colocamos um ‘ninho de cobras’ porque não é possível um ‘semipresidencialismo orçamentário’”, afirmou, mencionando a pressão exercida pelo Legislativo e a distribuição de recursos para parlamentares. Segundo a deputada, há políticos que assinaram pedidos de impeachment contra Lula, mas continuam recebendo cargos e benefícios do governo.

Ela reforçou que sua candidatura ao PT estadual busca fortalecer o partido e expor aqueles que tentam se beneficiar das políticas públicas sem reconhecer a liderança do presidente. “Está chegando a hora da verdade. O palanque precisa ter essa distinção”, disse.

Cida Ramos citou casos específicos de políticos que, segundo ela, evitam mencionar Lula em suas ações, apesar de serem beneficiados por programas federais. Ela criticou, por exemplo, o senador Efraim Filho, ao afirmar que ele anuncia entregas de casas populares sem destacar que o programa é uma retomada de políticas públicas interrompidas na gestão anterior. “Quem é da base de Lula vai ter que se apresentar”, alertou, apontando também para a participação do União Brasil no governo federal.

A deputada projetou um cenário desafiador para as eleições de 2026, destacando a influência de recursos financeiros e campanhas de desinformação contra Lula e seus aliados. Para ela, a direita não possui candidatos fortes, mas aposta em estratégias como as fake news. “Nós vamos enfrentar muito dinheiro, muita ‘fake news’, muitos traíras”, declarou.

Cida também destacou a importância da aliança com o governador João Azevêdo, um dos apoiadores de Lula na Paraíba, e reforçou a necessidade de manter um palanque amplo. “Temos o Governo João Azevêdo com um palanque amplo que é base de apoio a Lula e que nós vamos reforçar”, afirmou.

Sobre sua pré-candidatura, Cida Ramos disse que sua decisão atende a um desejo de diversos diretórios municipais do PT no estado. Ela ressaltou sua trajetória política, a experiência na condução partidária e a forte presença nos municípios como fatores que a motivaram a entrar na disputa.

“Qual o propósito da nossa eleição? Preparar esse partido para o grande desafio que vai ter, talvez maior que a última candidatura de Lula, que é a reeleição do presidente”, explicou. Para ela, o PT precisa estar estruturado na Paraíba para garantir a continuidade do projeto político do presidente em 2026.

Cida também se manifestou sobre os pedidos de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo a deputada, conceder perdão aos responsáveis enfraqueceria as instituições democráticas. “Acho que quem burla as leis, quem tenta contra as instituições e contra a democracia precisa ser punido. Então não tem como dar anistia. Anistia é perdão e nós não podemos perdoar aqueles que agrediram e tentaram contra a democracia”, pontuou.

Com um discurso afiado, Cida Ramos entra na disputa pela presidência do PT na Paraíba com a promessa de fortalecer o partido e garantir unidade para enfrentar os desafios políticos dos próximos anos.

Blog do Jordan Bezerra 

Com informações do ClickPB