23/09/2025 - 11:06 - Política
Muído continua: Hugo Motta rejeita indicação de Eduardo Bolsonaro para liderança da minoria
O nome de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou ao centro das atenções em Brasília, mas desta vez não pelos bastidores eleitorais. A tentativa do PL de emplacar o deputado como líder da minoria na Câmara dos Deputados foi rejeitada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que se amparou em parecer técnico para vetar a escolha.
O episódio se soma a uma série de problemas que fragilizam a posição do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eduardo tem enfrentado críticas dentro e fora do Parlamento por acumular faltas em sessões deliberativas e permanecer, sem aviso oficial, em “autoexílio” nos Estados Unidos. Até o início de setembro, já eram 18 ausências em 32 sessões — número superior ao limite permitido pela Constituição, o que pode abrir caminho para a cassação do mandato.
A negativa de Hugo Motta não se restringe a uma disputa regimental. Ela também carrega um recado político. Para a Mesa Diretora, não é admissível que um cargo de liderança — que exige presença constante em Brasília, articulação com partidos e diálogo permanente com o plenário — seja ocupado por alguém ausente do país e sem justificativa formal.
O desgaste de Eduardo ocorre em meio a um ambiente institucional turbulento. Enquanto aliados de Jair Bolsonaro discutem alternativas para reduzir eventuais penas do ex-presidente em processos judiciais, as tensões entre Congresso e Supremo Tribunal Federal voltaram a crescer. A recente decisão do governo dos Estados Unidos de aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e familiares ampliou a crise e reduziu as chances de um acordo político de pacificação.
A decisão de Hugo Motta se soma a um ambiente já marcado por forte tensão institucional. Nos últimos dias, o governo norte-americano de Donald Trump ampliou sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, estendendo as medidas à sua esposa, Viviane, e a negócios ligados à família, com base na Lei Magnitsky. A medida esfriou o diálogo político que vinha sendo articulado sobre o futuro de Jair Bolsonaro, incluindo alternativas à anistia ampla.
Nesse contexto, a atuação internacional de Eduardo Bolsonaro contra instituições brasileiras passou a ser vista como combustível para o conflito. Ao rejeitar sua indicação, Hugo Motta sinalizou que a Câmara não pretende flexibilizar regras regimentais em meio à crise política e institucional que se aprofunda.
Blog do Jordan Bezerra
com informações de Fonte83
© Copyright 2018 - 2025 - Todos os direitos reservados - Painel de controle