A aprovação do PL da Dosimetria, na madrugada desta quarta-feira, 10 de dezembro, movimentou o núcleo bolsonarista e colocou Michelle Bolsonaro novamente no centro da cena política. A ex-primeira-dama acompanhou em tempo real a votação conduzida na Câmara dos Deputados e celebrou publicamente o resultado, considerado pelo grupo como um passo importante para reduzir a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

A proposta articulada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com apoio do Centrão, recebeu 291 votos favoráveis e 148 contrários. O texto altera a fórmula de dosimetria das penas aplicadas a condenados por atos antidemocráticos ocorridos após 30 de outubro de 2022.

Celebração durante a madrugada

Por volta de 1h, Michelle compartilhou um storie reproduzindo o anúncio do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) sobre o início da votação. Quando o projeto foi aprovado, às 3h, voltou às redes com outro vídeo do parlamentar comemorando o avanço da proposta.

No registro divulgado pela ex-primeira-dama, Crivella afirma:

“Não é o texto que eu sonhava, mas foi o possível.”

O deputado também declarou que apresentará ainda nesta quarta-feira seu texto original, que prevê não só a libertação de Jair Bolsonaro, mas também indenização às famílias dos condenados — medida que, segundo aliados, incluiria a de Michelle.

Articulação por indenização

Após a circulação do vídeo, aliados próximos de Michelle afirmaram que ela interpreta o avanço do PL como um reconhecimento de que houve abusos jurídicos nas condenações. Nos bastidores, já discute a defesa de algum tipo de reparação financeira pela prisão do marido.

A tese é sustentada publicamente por Crivella, que afirmou que buscará uma proposta para que “as famílias que perderam seus familiares possam ser indenizadas”, em referência aos detidos nos atos de 8 de janeiro.

Atuação política mesmo afastada

Michelle declarou afastamento médico da presidência do PL Mulher, mas mantém intensa movimentação política. Na terça-feira, 09 de dezembro, participou de uma reunião com senadores, deputados e dirigentes regionais da sigla, em mais um sinal de que segue envolvida nas articulações internas mesmo após ter sido preterida como possível nome presidencial do partido.

Ela também esteve com Bolsonaro na prisão e levou ao marido um livro religioso sobre batalhas espirituais, escrito pelo pastor JB Carvalho.

Novo capítulo no bolsonarismo

A aprovação do PL reforçou a pressão por uma anistia mais ampla e consolidou ainda mais o papel de Michelle no comando político do grupo. Com Bolsonaro preso e inelegível, interlocutores afirmam que ela deve ampliar sua mobilização nacional, articulando aliados, participando de agendas e assumindo um protagonismo cada vez mais evidente — agora também no campo jurídico e no debate sobre eventuais reparações financeiras.

Blog do Jordan Bezerra

Com informações de Polêmica Paraíba