11/12/2025 - 16:39 - Política
Carla Zambelli escapa da cassação por 30 votos e mantém mandato na Câmara
A Câmara dos Deputados rejeitou a cassação do mandato de Carla Zambelli (PL-SP) na noite de quarta-feira (10). A deputada, que enfrenta processo de extradição na Itália, foi condenada a penas que somam 15 anos de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A maior parte dos parlamentares se posicionou pela cassação: foram 227 votos a favor, 170 contrários e dez abstenções. Contudo, seriam necessários 257 votos do total de 513 para que a deputada perdesse o mandato na Câmara.
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) havia aprovado a cassação na quarta-feira, por 32 votos a 27. Carla Zambelli participou da sessão por videoconferência e chorou ao citar o filho João Zambelli, de 17 anos, que estava presente. Ela negou as acusações e acusou o STF de promover uma “ditadura do Judiciário”.
O plenário da Câmara também votou na noite de quarta-feira pela suspensão do mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ) por seis meses. O deputado se livra da cassação após ser acusado de agredir um integrante do MBL (Movimento Brasil Livre) em 2024.
Apesar da Câmara ter rejeitado a cassação, a parlamentar ainda corre o risco de perder o mandato por ausências sem justificativa. A licença de 127 dias de Carla Zambelli terminou no início de outubro de 2025.
Um deputado é cassado quando falta a mais de um terço das sessões ordinárias da Câmara. Como ela está presa na Itália desde 29 de julho, não pode comparecer às sessões e já acumula 25 ausências não justificadas em plenário.

A deputada foi acusada de ser a mentora do ataque ao sistema eletrônico do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) em 2023, executado pelo hacker Walter Delgatti Neto. Em junho deste ano, ela foi condenada a dez anos de prisão por invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica pela Primeira Turma do STF.
O Supremo também sentenciou Carla Zambelli a cinco anos e três meses de prisão em agosto, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com uso de arma. A condenação é referente ao episódio em que a parlamentar armada perseguiu um homem em São Paulo na véspera do segundo turno das eleições de 2022.
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