04/10/2020 - 21:03 - Opinião
Foto de divulgação
Os discursos prontos fazem parte do repertório do político brasileiro. É comum expressões do tipo: “Meu povo...” ou “Minha nação...” cujos clichês se encaixam, perfeitamente, em falas demagógicas. Apresento um argumento Cristão, em contraponto: “Deus é que adquiriu e constituiu um povo (...) mediante o seu Filho Jesus Cristo que faz este povo raça eleita e nação Santa”.
Esses políticos deveriam ter o mínimo de conhecimento religioso para não cometer tais incúrias. Porém, o que eles querem é ludibriar a massa, visto que as promessas de campanha não serão cumpridas. E, utilizando-se do estereótipo de o “Salvador da Pátria”, cita as necessidades primárias e individuais daquele povo. “Para satisfazer a plebe dispõe de meios para mantê-la empregada nas suas atividades ordinárias durante um ano em ocupações que dão vida a cidade e formam o seu centro nervoso, sem muito ônus para os cofres públicos” (O príncipe – Maquiavel).
A “nova política”, mesmo que incentivada por segmentos moderadores, caminha a passos lentos. O que deve ser mais bem resolvida é a nossa condição de ‘sujeito’. Identidade, sim; mas reagente. Depois de instituído o Estado de “dominação” e “intimidação” é que aparecem as instruções para a escolha do melhor candidato. E fica difícil combater o Status Quo apenas com informações. Antes de eleitores conscientes, devemos ser independentes, - E não creio que esses “líderes” estejam preocupados em ver insurgir cidadãos que ameacem as suas estratégias de poder. Repare, ainda, no que diz ‘O príncipe’: “A primeira coisa que fez foi enfraquecer os partidos, seduzindo todos os seus seguidores com a concessão de amplos honorários, nomeando-os para funções e comandos de acordo com sua qualidade (...) concentrando-se exclusivamente no Duque.”
A política brasileira é dos interesses e não das virtudes. E penso que só a virtude pode combater a corrupção que é praticada pelos maus políticos... - Com a anuência de uma sociedade que, mesmo mista, não se indigna. Diz-nos ainda o filósofo florentino que não há um modelo de Estado perfeito, mas uma luta permanente contra a sua degenerescência: “A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência é dada pelos homens que o cercam.”
Misael Nóbrega de Sousa
© Copyright 2018 - 2024 - Todos os direitos reservados - Painel de controle