As eleições municipais de 2020, revelaram um discurso mentiroso que vem sendo alimentado por boa parte dos candidatos a vereador que estão disputando o pleito.




Muitos candidatos enguliram o discurso de que para o candidato ser eleito bastaria ter apenas 10% dos votos do cociente eleitoral das eleições, distorcendo a informação sobre a mudança na legislação, que corrige distorções provocadas quando os partidos conseguem os chamados "puxadores de votos".




A ansiedade por parte de muitos candidatos, sobretudo aqueles que estão em sua primeira candidatura e nos partidos chamados "pequenos", revela não só o desconhecimento sobre a legislação eleitoral, mas também a condição de que o candidato caiu no discurso fácil repassado pelos dirigentes partidários.




Antes de mais nada, é bom esclarecer que ter 10% do cociente eleitoral, apenas habilita o candidato a poder ser eleito, mas não garante a vaga para o postulante, uma vez que pelo menos 40 ou 50 nomes fatalmente ultrapassarão a tão sonhada marca superior a 300 votos, mas só teremos 17 eleitos no dia 15 de novembro.

  
O somatório de votos alcançado pelos partidos, será tão importante quanto o candidato ultrapassar a marca mínima de votos, pois esse fato pode fazer muitas legendas ficarem no meio do caminho, não vindo a alcançar representação de forma direta, nem tão pouco por meio das vagas no chamado cálculo das sobras, que pode favorecer partidos de menor densidade política a disputar algumas vagas.




Na ânsia de preencher as 26 vagas disponíveis para concorrer ao cargo de vereador em Patos e formar um grupo competitivo, alguns partidos formaram grupos desqualificados, com candidatos sem nenhuma base política, e que só agora estão descobrindo que o degrau para chegar ao legislativo é muito mais alto do que ele poderia imaginar.




A desistência de alguns candidatos e a pouca atuação de outros, reflete a pouca qualidade de alguns postulantes, bem como a falta de organização política dos partidos que disputam as vagas no legislativo mirim.

Na verdade, se eleger com menos votos do que em 2016 será algo possível acontecer na eleição proporcional, mas tornou a disputa mais difícil, por conta do cenário confuso que se encontra muitos eleitores, que estão sendo bombardeados por todos os lados pelos candidatos, para definir em quem votar esse ano.

Por isso, recomendo aos candidatos botarem as barbas de molho para não esperar chegar ao legislativo apenas com os pouco mais de 300 votos do quociente eleitoral, pois embora seja possível, não será uma regra no resultado das urnas, o que significa a necessidade de uma votação bem mais alta para se conseguir esse objetivo. 

A hora da verdade está chegando, e fatalmente com o discurso de mentiras que muitos acreditaram até agora, veremos alguns postulantes terminar o que começou com um sonho, se transformar em um grande pesadelo.

Genival Junior