01/08/2021 - 20:21 - Opinião
É dispensável falar da importância da Rádio Espinharas de Patos, na vida cotidiana dos sertanejos. Porém, algo deve ser destacado: não se faz rádio sem paixão. Desde a sua primeira audição, em 1950, a emissora teve que se remodelar, mas sem deixar de preservar as suas características: imediatismo, interatividade, credibilidade, dentre outras não menos marcantes.
A rádio Espinharas de Patos, que hoje completa 71 anos, sempre foi a voz do contraditório; à emissora pioneira foi dada a responsabilidade de mediar o debate comezinho, sob a égide da ética e do compromisso. Ao longo desse tempo, sobreviveu a válvula e o transistor; o disco de vinil; a transmissão por LP; o gravador de rolo... - Foi a música, os programas de viola; a nota de falecimento; “achados e perdidos”; o postal-sonoro, o repórter de polícia... - O jornalismo vivo. E nesse mistifório de certezas e incertezas chegou à era digital, migrando de AM (1400 Khz) para FM (97,9 Mhz) numa transição tranquila, suave, sem ruídos.
Ainda guardo na lembrança: os programas de auditório; a crônica das 12, as transmissões esportivas; a “marcha das apurações”; a missa aos domingos...
Ah! Rádio Espinharas... – Que é também: Batista Leitão, Edileuson Franco, Virgílio Trindade, Aluizio Araújo, Paulo Porto, Nestor Gondim, Luiz Gonzaga Lima de Morais, Damião Lucena, Roberto Fortunato, José Augusto Longo, Célio Martinez, Airton Alves, Valdemar Tude, José de Oliveira Pio, Ribamar, Antônio Vieira, Antônio Silva, José Maria, Pedro Palito... – E sou eu, em completa vocação. Mas, acima de todos esses, por deferência maior, a rádio Espinharas é o ouvinte... - Motivo de sua persistência.
Parabéns, rádio Espinharas, pela narrativa de todas as vidas. Encerro, servindo-me de padre Assis: “(...) Se lhes reconheço o suor do esforço, atribuo-lhes a palma das vitorias”.
Por Misael Nóbrega de Sousa
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