20/07/2022 - 12:16 - Opinião
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Em entrevista recente à rádio Arapuã, o governador João Azevedo teve de responder a um ouvinte a seguinte e pueril indagação: qual a obra estruturante realizada durante o atual governo? Segundo o jargão administrativo, uma obra estruturante é aquela que produz efeitos de médio e longo prazos na economia de um estado e no bem-estar de sua população.
Pois bem, João Azevedo não foi capaz de citar uma única obra estrurante iniciada e concluída em sua administração. Mencionou reformas de escolas (que não é obra estrurante, mas é bom lembrar que o governo atual não construiu nenhuma nova escola, como admitiu o próprio secretário de educação), asfaltamento de ruas, e não foi muito além.
Lembrou do Centro de Convenções de Campina Grande, porém, quem dispor de tempo para visitar a obra, constatará que nem um único tijolo foi lá colocado (veja foto acima). Como tantas obras anunciadas, o Centro de Convenções da Rainha da Borborema não passa de mais uma promessa, mesmo com o aporte de mais de R$ 33 milhões provenientes de emendas parlamentares dos senadores Veneziano Vital e Nilda Gondim. Aliás, exclua os investimentos federais e com recursos de emendas parlamentares que sobrará pouca coisa de iniciativa do atual governo, sobretudo com recursos próprios.
Não há novas obras estruturantes e as que João Azevedo herdou do governo de Ricardo Coutinho padecem com a falta de manutenção, como as estradas.
Em 2018, Ricardo Coutinho concluía um governo que tinha como uma de suas principais marcas a realização de obras estruturantes em áreas estratégicas do governo (adutoras, estradas, escolas técnicas, inúmeros hospitais, como o Metropolitano, em Santa Rita, entre tantas ações). Foi esse portfólio que permitiu ao então governador não só apresentar o desconhecido João Azevedo como seu candidato a governador, como elegê-lo em primeiro turno, fato inédito na política paraibana.
Em 2018, Ricardo Coutinho tinha discurso, ou seja, tinha um governo de realizações a apresentar e a defender. Tinha, portanto, como justificar a continuidade do seu governo pelas mãos de um obscuro secretário sem carisma algum, o que aumenta ainda mais o feito político de Ricardo Coutinho que foi eleger esse secretário no primeiro turno.
Em 2022, João Azevedo não terá o que mostrar ao eleitorado para justificar o pedido para mais quatro anos de governo. Vai tentar tirar leite de pedra, como o asfaltamento de ruas de pequenas cidades, e não resistirá a uma simples comparação com o governo do seu antecessor, que estará no palanque de Veneziano Vital, outro apoiador traído de 2018.
E a ausência de obras estruturantes é só parte do problema de João Azevedo. A perda crescente de apoio político e eleitoral é outra faceta de uma derrota que se anuncia, mas essa será a segunda parte deste artigo.
FLÁVIO LUCIO VIEIRA
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