30/11/2018 - 15:31 - Opinião
Misael Nóbrega
O placar foi 8 a 7; com uma abstenção. A torcida vibrava a cada voto. Tinha os que torciam a favor do recebimento da denúncia e os que torciam contra o recebimento da denúncia. Parecia um jogo de futebol. Mas, estava sendo denunciado o quê mesmo? O grito de "não vai ter golpe" ecoou na galeria da Câmara Municipal de Patos, naquela noite de quinta-feira, dia 29 de novembro. para ser mais exato.
Antes de começar a votação, houve a polêmica do "fala" ou "não fala". Há quem diga que "rasgaram" o regimento da casa, já que o pedido do advogado foi protocolado fora do prazo legal. Mesmo assim, o árbitro autorizou o início da partida. O mesmo árbitro que chamou a polícia para aquietar os ânimos da plateia.
Após a sustentação oral do Sr. Claudinor Lucio de Sousa, mesmo sob protesto, veio a leitura da peça. Palavra após palavra, página após página... - muito daquilo não era mais novidade, pois já fora notícia na mídia Estadual, quando do escândalo da operação “cidade luz”; exceto por uma coisa: por que Bonifácio, estava sendo citado? O pecado era ser pai? Não acredito que isso tenha sido um ato unilateral do "Sérgio Moro” patoense, que apesar de apresentado pela OAB não tinha procuração para falar em nome da ordem dos advogados do Brasil. "As opiniões e palavras que o mesmo venha a proferir no uso da tribuna são de sua responsabilidade, não possuindo vinculo ao interesse institucional da OAB/PB".
Mas, quem estaria por trás disso afinal? Que interesse teria a Câmara em receber a denúncia? Quem mais ganharia se o processo fosse adiante?
É fato que a votação representa apenas a abertura do inquérito, mas Bonifácio Rocha não merecia passar por isso. A história dele o absolve; os seus atos de prefeito interino, depõem em seu favor. Apresente-se quem sabe de alguma mancha na sua vida pública; mostre-se aquele que aponte uma mácula na sua vida familiar; levante-se o que sabe de algum um erro na sua trajetória profissional. Era para a Câmara de vereadores se orgulhar por ter como chefe do executivo uma reserva moral. Mas, não...
Fez-se, silêncio!
"Não ficou claro para mim"... – Pronunciou a vereadora Nadir, que se absteve da votação. Lucinha disse "sim”, no mais alto tom! Fatinha, Ivanes... Ambos, apenas, "sim"; Cambirota, "não"; Paulinho falou em nome de sua comunidade "que acredita em Bonifácio"; o Gordo da Sucata, disse "sim"; Dito, "Sim"; Capitão Hugo, Suélio e Toinho Nascimento, disseram três uníssonos, "nãos", seguidos de defesas emocionadas; Goia, foi no "Sim", seco; outro "sim", disse Tide Eduardo; “voto pelo não", falou, convicto, o vereador Ferré Maxixe; Ramon votou pelo "sim", sem graça; Diogo Medeiros, indignado disse: "não", "não", "não"... E assim terminou a votação pelo recebimento da denúncia.
Um jogo onde não houve vencedores nem vencidos. Mesmo porque essa partida ainda terá prorrogação, quando esperamos que a tese de associar o nome do prefeito interino aos escândalos da operação “cidade Luz” caía por terra. Queira Deus que a comissão processante não transforme o episódio num julgamento político e que avalie com imparcialidade, para que se possa reparar a maior injustiça já cometida na história política de Patos. Pela ordem, senhor presidente!!!
Por Misael Nóbrega de Sousa
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