17/04/2019 - 19:53 - Opinião
Terreiro do Forró, Patos-PB - (Foto Internet)
Programação de São João é como escalação de seleção brasileira: cada forrozeiro vira um treinador.
É verdade que os gostos são influenciados pela indústria da mídia, mas há também os valores tradicionais que nos acompanham há várias gerações.
Não é que seja descabida, hoje em dia, uma festa que preserve os aspectos de antigamente; mas, isso tem que ser avaliado antes de ela ser formatada.
Às vezes a festa sai do controle e toma uma proporção gigantesca; porém não podemos perder a essência, senão ela se transforma em coisa alguma.
Temos que ter mais respeito com o São João e dá a ele uma dinâmica para que não sofra solução de continuidade; até porque há muita coisa em jogo e recuar é perigoso.
Se cada prefeito inventar de fazer a "sua" festa, carimbando-a de próprio punho, teremos menos garantias de que a nossa identidade será preservada, pois o evento perderá as suas características culturais em detrimento de interesses eleitoreiros.
Que tal deixar o evento mais técnico e menos político... Criando uma lei específica, como em Caruaru, por exemplo? Ou nomear uma coordenação para cuidar, exclusivamente, do São João?
Desta forma, poderíamos "vender" o evento, o ano todo, turisticamente falando, com a realização de festivais, feiras e workshops; pensar melhor as inovações; construir nossos próprios cenários; captar recursos de forma mais profissional e sem onerar os cofres públicos...Só para citar alguns.
Não sei se os "Safadões" virão; ou se Neymar será o artilheiro da próxima copa. O que o forrozeiro quer, assim como o torcedor, não é ofuscar o brilho dessas estrelas...
Eles querem a alegria de todos os Santos...
Mas, também, que os serviços de Saúde, Educação, Assistência Social... não sejam comprometidos depois que a festa acabar. Pensemos nisso.
(Misael Nóbrega de Sousa)
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