04/05/2019 - 15:27 - Opinião
A história de Branca de Neve e os Sete Anões foi lançada em 1938 pela genialidade dos irmãos Grimm. Faz parte da trama a rainha-bruxa, costumeiramente, perguntar ao espelho mágico: - "Fala mágico espelho meu, quem é mais bela do que eu?".
E a madrasta escuta, em resposta, sempre a mesma coisa: - "Em todo o mundo, minha querida rainha, não existe beleza maior".
Muitos de nós, hoje em dia, invocamos o rosto- escravo do espelho para que nos diga essa mesma frase, em retribuição.
As nossas constantes aparições em redes sociais, tornam-se ainda mais preocupantes pela tendência alienadora e sem noção; essa forma de interatividade nos diz que precisamos estar bem, principalmente, aos olhos dos outros.
Voltemos ao conto de fadas...
Mas, uma única vez, ao voltar a fazer a indagação, o espelho reagiu diferente: - "Famosa é a vossa beleza, majestade; porém, há uma menina entre nós, com tanto encanto e suavidade que eu digo, ela é mais bela do que vós".
A rainha, diante da contrariedade, ficou possessa de ciúmes. E nós?
Sentir-se bem, tem muito a ver com o controle e avaliação da autoestima. E acredito que não precisamos quebrar os espelhos da casa para nos entendermos com nós mesmos.
A beleza pode até abrir portas, mas o aparente é frágil.
Devemos atentar para o que veste a alma. Não precisamos pedir que nos tragam o coração de quem ofuscar a nossa beleza, porque continuaremos sendo a bruxa má.
Ao nos aceitar como somos, teremos segurança em tudo que habita em nós.
Assim, facilmente, pegamos a ingenuidade que há no belo e no feio e colocamos nas asas de borboletas para polinizarem mundo afora.
E lá se vão todos nós. Pois, somos aquilo que dissermos que somos.
Misael Nóbrega de Sousa
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