26/05/2019 - 11:57 - Opinião
Arquivo pessoal
À minha filha Thais
Os lugares são como um coração que bate fora do corpo. - Eles existem para testar a nossa capacidade de não olhar para trás. Por isso, todos eles sussurram em nossos ouvidos: – Prossiga! Prossiga!
Nós nos construímos, em cada construção; falamos que neles moramos, mas neles vivemos; os depreciamos com a insolência das idades e os remodelamos sob a justificativa de que o novo sempre vem.... E ali morremos para ressuscitar no terceiro dia.
Pois, todos os lugares são espirituais.
A noção de lugar não está no achado (muito menos no espaço), mas no convívio. E as gotas de suor, misturadas a poeira dos cômodos, são transformadas em amor, todas às vezes em que exercitamos a saudade.
E elas ainda são contabilizadas como perfume de flores silvestres, mesmo que jamais tenha existido um pé sequer de roseira naqueles jardins babilônicos.
Na imaterialidade desses lugares ninguém vai embora, pois eles nos acompanham feito parte - Permita-me a licença poética. Enquanto somos, os lugares nunca deixarão de existir.
E, como gratidão, devemos responder baixinho: - Obrigado! Obrigado! E nunca mais voltar.
Misael Nóbrega de Sousa
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