26/06/2019 - 21:49 - Opinião
Aborrecer-se pela felicidade alheia é bem ordinário, mas é a partir daí que começa a se materializar todo o processo de inveja. E, considero, que qualquer sentimento é uma faculdade do homem, até mesmo a pieguice.
O sucesso é um objeto não apenas do conquistador, visto que o êxito de uma tarefa é construído por muitos.
Inclusive, pelos invejosos.
Antes de ser um ato de maldade, a inveja é um atestado da capacidade própria de se medir.
E essa angústia é, muitas vezes, encorajadora. Mesmo me apegando a um termo "lugar comum": a complexidade da palavra só me remete a fuga, mais do que a desconstrução do outro.
Ao experimentarmos a inveja, rogamos, igualmente, o perdão, num ato continuo. Porém, não há remissão, mesmo identificada a natureza da ansiedade.
Então, a inveja é também instinto de defesa e mora dentro do complexo da inferioridade.
A inveja é um veneno para o invejoso também quando não é invocada. Alimentar-se do mal só não é mais letal, porque vomitamos em cima de nós mesmos.
Se cometemos um dolo, não há direito que nos absolva. É aprender com a culpa. Tudo na inveja é contaminado (e contamina) como um desafio da própria razão.
Há, de certo, que um processo de degradação moral se desencadeia bem antes da inveja, o que nos torna débeis... -Como se já não nos bastassem as sandices prosaicas.
Misael Nóbrega de Sousa
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