06/07/2019 - 19:18 - Opinião
Inácio da CatingueiraFoi poeta afamadoSó por ter desafiado
O galego de Teixeira.Os dois fizeram a primeiraCantoria do sertãoE toda a concentraçãoDessa histórica "peleja"Deu-se ao lado da igrejaNo beco da Conceição.
Já Romano de TeixeiraÉ um monstro consagradoPor ter cantado ao ladoDe Inácio da Catingueira.No cinturão, a peixeiraCara de "brabo" e gibão.Parecia um azulãoAçoitando a ribanceira;De mãe d'água a CabaceiraO maior da região.
Soube pelos mais antigosQue aquela cantoriaPerdurou por mais de um diaOs tornando bons amigos.Os versos eram artigosE encantavam a freguesiaPor isso ninguém queriaDe lá arredar o péCachaça, chifre e mulherOs "mote" que mais se ouvia.
O duelo desses doisFicou imortalizadoPra poder ser estudadoOntem, agora e depois.Uma carroça, dois boisA porteira, mel mascavoRosa, espinho e cravoImagens do meu sertãoAnjos de anunciação:Um vaqueiro; outro, escravo.
Uma homenagem singelaEsta que agora eu façoImaginando qual laçoVolteio por cima dela.A mais viçosa donzelaDe toda esta redondezaNão se iguala a belezaDos versos que lhes sorriram E por isso lhes cobriramDe bençãos, a natureza.
(Misael Nóbrega de Sousa)
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