29/07/2019 - 06:50 - Opinião
Ontem (26), eu fui conversar com alunos de uma escola de ensino fundamental, em Malta, Paraíba, sobre literatura. Não se tratava de uma palestra, era mais um estímulo para que eles produzissem uma crônica, cujo tema era: "A minha cidade".
Coloquei debaixo do braço "A rua Grande de Meus Pais", livro publicado em 2007, e segui viagem. Na escola Cônego Joaquim de Assis Ferreira fui muito bem recebido, do porteiro à diretora. E logo quando cheguei ao pátio, vi que se tratavam de crianças.
- Como eu fiquei empolgado!
Eu nunca mais tinha visto crianças. Elas não estão mais por aí feito andorinhas... - Gorjeando, aos bandos, livres. As crianças de hoje estão vivendo feito adultos, com suas preocupações e neuroses antecipatórias.
"Você é quem vai abrir o momento falando sobre as olimpíadas de língua portuguesa e a importância de se registrar em textos, sejam na forma de poesias, memórias ou crônicas, os fatos e acontecimentos da localidade em que se vive", disse-me a professora Socorro Sousa.
Sim, senhora!
"E quero a declamação ou leitura de alguns textos seus, bem como a exposição de seus trabalhos/livros", complementou pela massagem, via WhatsApp.
Opa! - Aí fiquei mais relaxado.
Conversar com crianças é mais complicado, pois pode afetar muitas de suas decisões, interferindo no seu modo de agir e pensar sobre as coisas do mundo. Por isso, comecei falando de paz, fé, amor e esperança.
Depois, fui didáticamente rápido (sem ser apressado), quando me referi ao objeto de estudo... - E fechei com uma conversa, em particular, com um dos pupilos de Socorro: - "Não dê a ninguém o direito de dizer que você não é capaz!"
Foi tudo muito gratificante para mim, não sei para eles. Passei o dia com aquele vozeio em minha cabeça: - Eram as concentrações hormonais que escapavam do pote de vidro para se fazerem sonhos.
- Eu trouxe de volta mais do que levei, confesso.
Aqueles meninos e meninas, um dia irão se tornar o que bem quiserem. E mesmo sem lembrar daquela tardezinha de julho... - Onde lá fora havia um sol meio morno.. - carregarão dentro de si, um botão de rosa campestre.
"Podemos nunca mais nos ver..." - Que importa! Agora tenho todos vocês comigo, feito lição de afeto...
"E que seja eterno enquanto dure".
Misael Nóbrega de Sousa
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