União política entre Nabor e Dr. Érico é bom só para um lado

30/07/2019 - 07:32 - Opinião

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União política entre Nabor e Dr. Érico é bom só para um lado

Deputados de Patos, Nabor e Dr.Érico

 

 

Esta semana foi ventilado mais uma vez uma possível união política entre os deputados estaduais, Dr. Érico e Nabor Wanderley para o pleito de 2020.


Quem fez uma análise importante sobre esse tema foi o advogado Corsino Neto de Patos. Segundo o jurista, essa união é possível e é benéfica para ambos, afirmando que eles são duas forças na atualidade de Patos.

 

De fato são as duas principais forças políticas de Patos no momento, sem nenhum demérito às demais forças da politica patoense. Entretanto, os números nas urnas de 2018 atestam essa análise.

 

Até aqui tudo certo, e sem novidades. Contudo, quanto à afirmação de Corsino, em dizer que essa aliança política é boa para ambos os lados, respeito, mas penso diferente e classifico como exagero a fala do advogado, se não, vejamos alguns pontos: Nabor Wanderley (PRB) na cabeça e, tendo na sua chapa um vice, uma pessoa de Dr. Érico é um sonho de consumo para o grupo Motta, pois já é forte, e com essa união ficaria imbatível. O sonho de Nabor voltar à prefeitura seria concretizado sem nenhum esforço. E, no caso de Dr. Érico ter um vice na prefeitura o que ganharia? Nada. Entraria grande e saia pequeno no processo eleitoral, pois ser vice-prefeito não é muita coisa, sobretudo na Paraíba, pois se torna quase uma figura decorativa: "tá ali, mas não tem força nenhuma geralmente".

 

Qual seria o legado político que ficaria para Dr. Érico? Grande parte dos seus correligionários afirmam que nenhum. Pelo contrário, iria lhe diminuir a força política na cidade. Isto porque ele não é mais uma promessa na política patoense, mas sim, uma realidade, sobretudo, depois da prova nas urnas de 2018, onde Dr. Érico conseguiu mais de 14 mil votos, sendo majoritário, mesmo em uma campanha totalmente franciscana. Naturalmente que essa votação expressiva o credenciou para o pleito de 2020.

 

Seu concorrente direto, Nabor Wanderley, tirou com pouco mais de 12 mil votos. Sei que é outra eleição, mas os números são positivos e, consequentemente, indicam uma possível disputa entre esses dois nomes.

 

Fazendo um pequeno histórico politico, em 2016 Dr. Érico era forte candidato para cargo de prefeito de Patos e surgia como terceira via. No entanto, seu partido na época o PSB lhe deu uma rasteira, e tirou o doutor de tempo. O partido do ex-governador Ricardo Coutinho interferiu diretamente no pleito e indicou o vice na chapa de Nabor, o conceituado e homem de bem, advogado Dr. Zé Lacerda Brasileiro.


 Depois dessa decepção, Dr. Érico não teve outra opção e apoiou o médico Dinaldinho e o resultado foi uma vitória maiúscula com mais de 5 mil votos de maioria sobre Nabor. Para alguns analistas políticos foi o diferencial para o sucesso de Dinaldinho.

 

Portanto, Dr. Érico com esse episódio, ficou ‘vacinado’ e foi eleito deputado estadual pelo PPS, hoje (Cidadania). Portanto, não precisa mais da tutela do governador para ser candidato a prefeito de Patos. Sinceramente, vejo que o governador João Azevedo (PSB) é um homem sábio e não vai entrar nesse imprensado, pois iria desagradar metade da população de Patos, creio que ele ficará neutro nessa disputa paroquial. Isto porque ele já afirmou da importância dos dois deputados para sua base.

 

Por tudo isso, Dr. Érico não deverá abrir mão do protagonismo nas eleições de 2020, porque segundo pesquisas divulgadas na cidade, há empate técnico com seu principal concorrente, Nabor Wanderley. Os dois políticos são grandes e não deverão aceitar uma posição de coadjuvante na disputa eleitoral, querem e vão lutar por um papel principal nesse roteiro político patoense, cada um em lados opostos, certamente.

 

Ainda devemos analisar com frieza no tabuleiro político patoense, no que tange ao grupo de Dinaldinho, prefeito afastado de Patos, caso ele não volte à prefeitura, para que lado penderá? Será que iria retribuir o apoio recebido de Dr. Érico? É possível essa conjuntura, como também lançar um nome, o fato é que esse apoio não pode ser ignorado. 

 

Para finalizar, temos a figura do prefeito interino Sales Júnior (PRB), caso esteja na prefeitura na época do pleito, iria buscar disputar as eleições na cabeça ou ficaria submisso ao grupo Motta? Só o tempo poderá responder essas hipóteses. Tudo é possível na política paraibana, como se diz, até ‘boi pode voar’, mas a preço de hoje, se tivesse uma única ficha para apostar, apostaria que quem tiver voto que se segure, pois em 2020 teremos o duelo de titãs, entre os dois deputados de Patos: Érico x Nabor, quem viver verá!

 

 

Por Jordan Bezerra