08/10/2019 - 06:33 - Opinião
Terêncio foi um dramaturgo romano que viveu antes de Cristo. Numa contenda com um vizinho que se intrometia em seus afazeres, preferiu a tolerância como a necessária compreensão do outro. “Sou humano, nada do que é humano me é estranho”.
Um bebê de 1 mês e 15 dias, deu entrada no hospital Arlinda Marques, em João Pessoa, nesta segunda-feira (7), com sinais de estrangulamento ou esganadura; que são um pouco diferentes, porém, ambos os processos levam à asfixia mecânica.
A criança, que já chegou sem vida ao hospital, morava em Itabaiana, no Agreste da Paraíba, e foi transferida após atendimento médico naquela cidade. A mãe contou que ela havia sido picada por um inseto no fim de semana.
“O bebê deu entrada no hospital em Itabaiana e a médica responsável pelo atendimento notou marcas de estrangulamento no pescoço e fratura na perna da criança. A vítima foi atendida e depois transferida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para o hospital em João Pessoa, onde chegou morta”, diz o boletim de ocorrência.
Quando questionada sobre o incidente, a mãe (21 anos), negou qualquer tipo de agressão. O corpo foi levado para a Gerência de Medicina e Odontologia Legal (Gemol) de João Pessoa, para perícia.
O resultado, dificilmente, apontará “picada de inseto” como a causa mortis. Mesmo que tenhamos um pouco de cada homem em nós mesmos, é difícil aceitar o fato de que essa criança tenha sido estrangulada, mesmo que num momento de insanidade da mãe ou de qualquer outro parente.
Duas mãos, enormes, comprimindo o pescoço frágil de um inocente que ao invés de esbugalhar os olhos de medo, confia que aquele gesto é de carinho... e morre sem fôlego, sorrindo. Mas estou apenas sendo trágico como nas composições de Terêncio, pois sei que esse anjinho está dormindo... eternamente menino.
Misael Nóbrega de Sousa
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