27/10/2019 - 21:52 - Opinião
Benito Di Paula
O samba, tal qual conhecemos hoje, chegou ao Brasil num navio negreiro advindo da África, e desembarcou em pleno recôncavo baiano, no ano de 1860. Além de ser associado aos ritos religiosos, aquele batuque era também uma forma de comunicação gestual, por meio da música e da dança.
O ritmo das tradições culturais africanas, juntamente com outros estilos herdados da Europa, deram origem ao “Samba de roda” e ao “Partido alto”, já no século XIX, quando o Rio de Janeiro se tornara a capital do império e recebera uma leva de escravos alforriados, vindos de outras regiões do país, sobretudo da Bahia, em busca de trabalho.
No início do século XX, o samba entra, definitivamente, na categoria de gênero musical dominante quando conquista os subúrbios e morros cariocas e, através do rádio, imortaliza os cantores e compositores: Noel Rosa, Ataulfo Alves, Bezerra da Silva, Cartola, Pixinguinha, Adoniran Barbosa, Dorival Caymmi, dona Ivone Lara, dentre outros.
Não vou me ater às marchinhas e sambas-enredos, pois merecem um capítulo de carnaval; nem aos sambistas contemporâneos... - Para homenageá-los por intermédio de um único nome: Uday Vellozzo ou, simplesmente, Benito Di Paula.
Este ano, o dono do estilo “Samba-Joia”, pelo qual ganhou fama internacional, anunciou que está encerrando a sua carreira de quase 50 anos, com a turnê “Fim de papo”, onde cantará, pela última vez, os seus maiores sucessos: “Retalhos de Cetim”, "Charlie Brown", "Mulher Brasileira", "Do Jeito Que A Vida Quer" e “Você Vai Ficar Na Saudade”...
- “Você cortou o barato do meu amor/ você mentiu, iludiu e me deixou por fora/ você é culpada do meu samba entristecer/ ah! Eu vou – me embora...”
Este resumo despretensioso da trajetória do samba é apenas para dizer: - Obrigado, Benito Di Paula! - Certamente, vamos ficar todos na saudade.
Misael Nóbrega de Sousa
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