Na quarta, Bolsonaro se reúne com o presidente Michel Temer. O tema principal em debate será a proposta que atualiza as regras de aposentadoria. O desafio será convencer o emedebista a articular junto aos líderes do atual Congresso a aprovação da idade mínima nos moldes planejados. “O grande passo no meu entender, neste ano, se for possível, é passar para 61 anos no serviço público para homem e 56 para mulher e majorar também um ano nas demais carreiras. Acredito que seja um bom começo para a gente entrar o ano que vem já tendo algo de concreto para nos ajudar na economia”, avaliou, em entrevista à TV Aparecida.
O pesselista se mostrou contrário ao dispositivo no texto atual. “Fala-se muito em 65 anos. Mas você não pode generalizar isso daí. Tem certas atividades que nem aos 60 é compatível a aposentadoria. Nós devemos manter essas questões".
A proposta de Bolsonaro não satisfaz o atual governo, que gostaria de aprovar o texto articulado por Temer e pelas equipes econômica e política. Contudo, caso seja mais bem aceita, poderia haver um acordo, até porque a idade mínima é uma regra de que a gestão emedebista nunca abriu mão.
Gaveta
O texto atual da reforma da Previdência encontra pouco respaldo do Parlamento. Sem apoio do presidente eleito, tende a permanecer engavetada, pondera o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do pesselista. Ontem, ressaltou que o “sentimento” de dentro do Congresso é de que não será possível votar a matéria em 2018. Para ele, o insucesso na aprovação seria tratado como a “primeira derrota”.
As negociações para alterar a reforma da Previdência, porém, seguem a todo vapor. A regra, explica um dos integrantes da equipe de transição, é focar no que for viável. Alterações à PEC podem ser propostas no plenário da Câmara por meio de uma emenda aglutinativa, por isso parte do otimismo.
O parcelamento da reforma da Previdência é bem-visto por integrantes da base governista na próxima legislatura. Utilizar a impopularidade de Temer para aprovar o dispositivo mais impopular da PEC facilitaria a aprovação da matéria proposta pelo coordenador econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes. “Se avançar pelo menos a idade mínima este ano, facilita o avanço das medidas restantes.”
A reforma proposta por Bolsonaro propõe para a Previdência um modelo de capitalização. É um sistema que substitui o atual sistema de repartição, em que os trabalhadores da ativa bancam os aposentados, por uma proposta em que cada trabalhador faz a própria poupança, que é depositada em uma conta individual. A ideia é defendida por Guedes e pelos irmãos Arthur e Abraham Weintraub, que participam da equipe de transição.
Paraíba Notícia