26/10/2025 - 01:45 - Política
Diversas entidades representativas dos trabalhadores realizaram neste sábado, 25 de outubro, uma mobilização em Patos, no Sertão paraibano, para protestar contra a Reforma Administrativa (PEC 32) e contra o deputado federal Hugo Motta (Republicanos), presidente da Câmara dos Deputados. O município foi escolhido de forma simbólica para sediar o ato, por ser o berço político do parlamentar e de sua família, tradicional na política estadual.
A manifestação foi organizada pela Central Única dos Trabalhadores da Paraíba (CUT-PB), em parceria com o Fórum Paraibano em Defesa do Serviço Público, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Federação dos Trabalhadores em Serviços Públicos (FETAM-PB), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Paraíba (SINTEP-PB), o Sindicato dos Servidores Federais da Educação Básica (SINTEF-PB), o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais do Cariri Oriental (SINSECAR) e outras entidades sindicais da região.
O ato teve início por volta das 8h30 na Praça Edivaldo Motta, de onde os manifestantes seguiram em caminhada pelas ruas centrais até a Praça Cícero Sulpino, ao lado do Guedes Supermercado, onde ocorreu o encerramento com falas e apresentações em defesa do serviço público. Servidores de diferentes cidades, incluindo João Pessoa, Campina Grande e Sousa, participaram da mobilização.
As entidades classificam a Reforma Administrativa como uma proposta que desmonta o serviço público e transfere suas funções para o setor privado. Segundo os organizadores, a PEC, apresentada pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) sob orientação de Hugo Motta, “não combate privilégios, mas destrói o que é público, rompe direitos históricos e entrega o Estado aos interesses de poucos”.
Protocolada no dia 23 de outubro na Câmara dos Deputados, a proposta conta com o apoio dos parlamentares paraibanos Wellington Roberto (PL), Cabo Gilberto Silva (PL), Mersinho Lucena (PP), Murilo Galdino (Republicanos) e Damião Feliciano (União). A Reforma altera profundamente o funcionamento do Estado, reduz concursos públicos, amplia contratações temporárias e terceirizadas e cria uma tabela salarial unificada, sem considerar as especificidades de cada cargo.
Entre os pontos mais criticados pelas centrais sindicais estão o congelamento estrutural de salários, o enfraquecimento das carreiras, o aumento da influência política sobre servidores e a ampliação da terceirização. A advogada Camila Louise Galdino Cândido, que assessora juridicamente a CUT, afirmou que “a reforma não busca aprimorar o serviço público, mas remodelá-lo segundo uma lógica empresarial, voltada à produtividade e ao corte de gastos. O resultado é um Estado enfraquecido, menos democrático e mais vulnerável às pressões políticas”.
Camila também destacou os riscos da proposta para o futuro dos concursos públicos. “É possível que as contratações terceirizadas sejam intensificadas e se estendam a diversas áreas de atuação dos órgãos e entidades, reduzindo a abertura de concursos”, explicou.
O coordenador-geral do SINTEP-PB, Felipe Baunilha, reforçou a importância da resistência ao projeto. “É fundamental reforçarmos esta luta junto à CUT e outras instituições sindicais e organizações sociais. Não vamos permitir que o Congresso avance com uma proposta que destrói os serviços públicos e prejudica os trabalhadores e a população que mais precisam”.
Diversas lideranças participaram da manifestação, entre elas Sebastião José dos Santos (Tião Santos), presidente da CUT-PB; Marcos Henriques, vereador do PT de João Pessoa; Edileudo Lucena, ex-presidente do diretório municipal do PT de Patos; Zé Gonçalves, presidente da CTB/PB; Senildo Henrique, presidente da FETAM-PB; Carlos Guedes, bancário e membro do Sindicato dos Bancários de Patos; Lindonjhonson Almeida de Araújo, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba; e Vera Level, representante do PT-PB.
Também estiveram presentes Laurecy Penaforte Vieira, secretária de Relações de Gênero, Raça e Etnia do SINTEP-PB; Elizabeth Rodrigues Gouveia, diretora da 9ª Regional do SINTEP-PB; Elinete Lourenço Rolim, vice-presidente da FETAM-PB; Anastácia Maria de Andrade Almeida, presidenta do Sindicato dos Servidores Municipais de Bernardino Batista e Poço Dantas; Rivelino Martins Ferreira, ex-vereador e secretário municipal de Participação Popular de Cajazeiras; Lúcia de Fátima Figueiredo, jornalista e ativista política; e Rama Dantas, professora e ex-candidata à Prefeitura de João Pessoa pelo PSTU, além de representantes da CUT-RN e da União Popular pelo Socialismo – Patos.
Blog do Jordan Bezerra
Com informações do Polêmica Patos
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