27/10/2025 - 10:16 - Política
Hervázio Bezerra manda recado: “Já disse ao governador que ele tem frear a língua de determinados companheiros, pois na pressão não vai”; ouça
Durante o aniversário do presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, Adriano Galdino, realizado nesse sábado, 25 de outubro, o Blog do Jordan Bezerra entrevistou o deputado estadual Hervázio Bezerra (PSB), que comentou sobre a recente crise interna no partido e enviou um recado direto a alguns aliados.
Logo no início da conversa, ao ser questionado sobre quem de fato comanda o PSB — diante da troca de farpas entre Tibério Limeira e Gervásio Maia —, Hervázio foi enfático:
“Ao meu ver, quem manda é o presidente do partido, o governador João Azevêdo. A decisão é dele. Mas nada impede que qualquer militante ou secretário, como é o caso de Tibério, venha de forma pública.”, afirmou.
O parlamentar reforçou que não aceita críticas ou “puxões de orelha” de correligionários, e direcionou palavras firmes a Tibério Limeira:
“Eu não devo satisfação absolutamente nenhuma a Tibério. Já disse que ele cuida da vida dele, eu cuido da minha. Sei o que é melhor para mim, e ele sabe o que é melhor para ele. Portanto, não vou aceitar puxão de orelha de quem quer que seja, muito menos de Tibério Limeira.”
Questionado sobre o impacto dessas divergências dentro do partido, Hervázio defendeu o respeito como base para qualquer convivência política e relembrou episódios da história recente da Paraíba.
“Na vida, em tudo, tem que haver respeito. Respeito da família, da vida pública, do trabalho. Se não há respeito, não se avança. Eu, por exemplo, não dei causa ao rompimento de Ricardo Coutinho com João. Ricardo fez a opção dele, rompeu com o PSB, e a história da Paraíba inteira conhece. Mas ninguém nunca me viu atacando ou censurando Ricardo, nem em público nem nos bastidores. Cada um é dono do seu nariz e paga o preço pela escolha que faz”, pontuou.
O deputado também fez uma analogia histórica ao lembrar a divisão do antigo PMDB entre Ronaldo Cunha Lima e José Maranhão, destacando que a falta de união custou caro ao grupo:
“O PMDB, que era fortíssimo, se dividiu. Eu optei por Ronaldo, e nós perdemos a convenção e a eleição. É o preço que cada um paga pelas decisões que toma”, disse.
Ao ser questionado sobre uma possível migração para o MDB, Hervázio admitiu que o cenário ainda está indefinido, mas deixou claro que permanece, por enquanto, no PSB — com um alerta ao governador João Azevêdo.
“Nós tivemos uma conversa muito franca e sincera com o governador. Eu disse a ele que não tenho motivação nenhuma para deixar o PSB. Agora, tem que frear a língua de determinados companheiros. Na pressão, não vai. É cedo para falar sobre isso”, declarou.
O deputado finalizou demonstrando preocupação com a atual composição do partido, citando nomes que deixaram ou se afastaram do PSB:
“Perdemos Nielson Gomes, que não é mais candidato; perdemos Júnior Araújo, que vai para o PP; perdemos Gilma Germano, que será a primeira suplente. E alguns candidatos de 2022 já declararam apoio a outras candidaturas, como Tibério. Isso obviamente me preocupa. Mas eu não vou morrer feito vela, queimando em pé. Vou tomar uma posição, sim — mas não agora. Vou ouvir o governador e o partido para tomar minha decisão”, concluiu Hervázio.
A fala do deputado ocorre em meio a um clima de tensão crescente dentro do PSB paraibano, e reflete o momento de incertezas e disputas internas que marcam o período pré-eleitoral no Estado.
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