29/05/2019 - 16:57 - Opinião
Imagem ilustrativa (Internet)
Parecia ter voltado ao ginásio, quando estive pela primeira vez numa sessão da Câmara de Vereadores. Mesmo enfiados naquelas carteiras de madeira do antigo Colégio Estadual de Patos, éramos impossíveis.
A algazarra, além de desviar a atenção da sala de aula - O que já era prejudicial para os alunos - Irritava a professora, que usava de sua autoridade para mandar um de nós para casa, feito bode expiatório. Algo bastante compreensível, pois àquela época não entendíamos o significado de muitas coisas, tamanha pequenez. E um dos nossos deveres era colaborar com a harmonia.
(...)
Um homem, de terno alinhado, dirigiu-se ao púlpito carregando um calhamaço debaixo do braço. O discurso eloquente retumbou em toda a galeria.
De punhos cerrados, desafiava os presentes...- Aquele senhor bufava! E o mais impressionante é que não era notado pelos seus pares.
"Não me calarei, até que alguém me ouça", concluiu.
A tribuna é o suprassumo de todo orador. Achei engraçado (retirando qualquer expressão que pareça pejorativa) toda aquela cena.
Pensei: - Deve ter sido um surto por terem extrapolado o embate ideológico...
Ou será que não fora uma falta de educação coletiva?
O certo é que se a minha "professorinha Antonieta" ainda estivesse viva, poria muitos daqueles parlamentares para fora da sessão... - E a puxões de orelha.
Misael Nóbrega de Sousa
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