20/08/2019 - 22:46 - Opinião
Sales Júnior
O vereador Sales Junior (PRB) renunciou, na tarde desta terça-feira, dia 20, à presidência da Câmara Municipal de Patos e consequentemente à condição de prefeito interino, cargo que assumira em 05 de abril, após a também renúncia do vice-prefeito Bonifácio Rocha (PPS), que até então conduzia os destinos de Patos, com o afastamento do titular, Dinaldinho Wanderley (PSDB), em 15 de agosto do ano passado.
Até a próxima sexta-feira (23), data prevista para a eleição da presidência da nova mesa diretora da Casa de Juvenal Lucio de Sousa, Jonas Guedes, atual secretário de Finanças, assumirá o expediente, mantendo a funcionalidade do município, por meio dos serviços básicos e essenciais. É o que diz o artigo 73 da lei orgânica do município em seu Parágrafo único: “Enquanto o substituto legal não assumir, responderão pelo expediente da prefeitura, sucessivamente, o secretário de Finanças e o secretário de Administração”.
Na carta-renúncia, Sales fez uma retrospectiva de sua “gestão” à frente da prefeitura de Patos mostrando avanços positivos e nas entrelinhas colocou a sua saída na conta dos seus colegas do legislativo.
"Não podendo mais seguir adiante sem autorização legislativa..."
É sabido que havia dotações orçamentárias que não possuíam mais saldo e se fazia necessário remanejar de contas que estavam sobrando, mas para isso era preciso a autorização dos vereadores. “Foi protocolado um projeto de lei solicitando esse remanejamento, porém caducou nas comissões por falta de interesse”, disse-me uma fonte ligada ao governo.
Teremos agora a disputa por um prêmio um pouco indigesto: quem vencer a presidência da Câmara ganha de bônus (ou será de ônus?) a cadeira de prefeito de Patos, tornando-se o quarto mandatário em pouco mais de dois anos.
Nos bastidores, fala-se que Sales Junior, para não contrariar o grupo político liderado pelo deputado Hugo Mota (PRB), com vistas a uma possível reeleição, teria aberto caminho para a vereadora Edjane Araújo (PRTB), numa articulação cinematográfica.
Em 2020, Edjane se lança candidata à reeleição com Sales Junior a tiracolo. Mas, para que o plano dê certo precisa vencer a disputa da presidência da Câmara, possivelmente, contra Ivanes Lacerda (MDB) e Capitão Hugo (PTN).
Há quem diga que essa manobra havia sido ensaiada à época em que Bonifácio era prefeito, todavia com outra configuração. Naquela oportunidade só não obteve o resultado desejado, devido ao movimento “Não vai ter golpe”. A ideia era caçar a chapa Dinaldinho-Bonifácio e realizar eleições indiretas, com Edjane para prefeita.
Até que tudo se defina, teremos angustiantes capítulos de uma novela que parece não ter mais fim. Ouvi de um cidadão o comentário jocoso: - “Homi, Sales era pra ter feito pelo menos o São João!” Ô povo engraçado! Disse de outra vez e reitero: Só não podemos nos omitir, nem nos julgar menores.
Misael Nóbrega de Sousa
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